A Estação do amor
A ESTAÇÃO DO AMOR
É muito fácil vivenciar o lado bom da vida, os prazeres e as festas comemorativas, saborear deliciosamente os delicados manjares, sorrir, brindar e brincar como se a juventude fosse eterna uma etapa da vida que perdurasse infinitamente...
O difícil é aceitar as diferenças do outro, as necessidades e, principalmente quando ele se encontra acuado, em perigo de até a liberdade vir a perder, senão a própria vida...Mais as festas não deixam por menos e o egoísmo demonstrado é deveras cego, não aceita as recomendações da prudência, prefere o esquecimento à desilusão de haver sido contrariado naquilo que preteria...
Todos almejam serem mais importantes, a natureza cética de ser prioridade é que coroa as pessoas de um egoísmo indescritível. Todos querem mais do que tem, jamais são saciados ou satisfeitos e nem sequer entendem que existe na vida um ritual a ser seguido e as prioridades reticentes à paz e liberdade não podem ser esquecidas ou deixadas para depois ou então, que tipo de amor é este que prefere um momento de abrasante prazer à toda uma eternidade de paixão?
Seria invocar assim o mais intimo d´alma ou tentar desvendar um teorema a ser inventado no qual tudo e todos se constroem e destroem-se na insana busca por dinheiro e prazer?
O que consistiria alçar o topo da gloria, esquadrinhar os arsenais do código da desonra e traçar os planos de batalha sem perder uma única causa, destruir ou levar à destruição qualquer um que seja um entrave, incomodo ou que a obstinação de não poder ser ele o transformou num obstáculo?
No tabuleiro de xadrez estou em xeque porque todos os ferimentos que sofri provavelmente causaram tétano ou me transmitiram análoga denominada, acredito catalepsia. Do contrario, como entender que eu tenha sido despojado de minha vida e lançado na cova dos mortos? Sem ferimentos no corpo ou dores corporal, afinal, os sofrimentos morais, junto aos quais empalidecem todas as dores físicas, mais provocam menos compaixão porque ninguém os vê!
Às vezes, na madrugada me abraço ao travesseiro como se sentisse incontido medo e vejo almas melancólicas e inexplicáveis a rondar sobre o meu corpo e, nesse instante minha mente visitada por mil pensamentos pergunta: eu realmente existo de fato ou sou apenas um personagem de um romance a ser escrito de uma história de amor de cujo titulo será ‘EM BUSCA DE UM SONHO”, um sonho que se torne real, que mexa com os meus brios ou seja lá o que deles ainda tenha restado, de um vento que venha do sul descendo o morro abaixo balançando as arvores ao longo da estrada da vida e que me acaricie suavemente o rosto e sopre aos meus ouvidos a canção que há tempos espero ouvir ou: acabaram-se os sofrimentos, a grande tempestade passou, tu vencestes a guerra, erguestes-te da tumba mortuária e o teu nome é a própria vitória porque andastes com a verdade e no livro da vida a página virada é tua , alcançastes a estação do amor...
Airton Gondim Feitosa
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