Alice
Lição de história.
Não há atenção para livros que não tem gravuras.
Se o mundo fosse só meu, tudo seria como num sonho.
Diná, não diria apenas “miau”.
Nada é o que não é. Porque tudo é o que não é e também tudo o que é, por sua vez, não seria. E o que não fosse, seria.
Um coelho branco.
Muita pressa.
Uma festa?
Um buraco.
Queda.
Uma porta, um caminho.
Muita lamúria.
Sendo grande ou pequena a estatura.
Um mar de lágrimas, uma cantoria.
Gêmeos, chatos, histórias.
Ostras, carpinteiro e foca.
Onde está o coelho branco?
Uma casa, um monstro.
Músicas.
Margaridas, lírios, violetas, rosas.
Lagarto, borboleta.
Cigarro, fumaça.
Um gato.
E qual caminho seguir?
Chá da tarde.
Desaniversário?
Tolice.
Um momento senhor coelho!
Quanta loucura, quanta maravilha, quanto bicho estranho (...).
Escuro.
Um caminho.
Juízo, eu sempre digo.
Mas nunca sigo.
Nunca consigo ter.
Bem feito.
Tristeza, ansiedade.
O mestre gato.
Não quero mais o coelho, quero ir pra casa.
Para lá, por ali, por aqui?
Labirinto.
Um Ás, um dois, um três de paus pintando rosas no jardim.
Todas cor de carmim, porque a rainha quer assim.
Um exército de todos os nipes, armados com lanças até os dentes.
Correndo, se ajeitando, vem chegando a rainha.
O coelho branco anuncia:
Imperial alteza, sua graça, sua excelência, sua real majestade.
A rainha de copas... E o rei.
A morte tem cor de carmim.
É bom não contrariar a rainha.
Qual o caminho a seguir?
Uma partida de croquete.
O mestre gato palhaço denovo.
Se irritarmos a rainha, perco a cabeça.
Cortem a cabeça! Cortem a cabeça!
Agora já foi.
Um julgamento.
Majestade, senhores jurados, fieis súditos e o rei.
Sentença primeiro, veredicto depois. Mesmo não sendo assim que se faz.
Testemunhas, os loucos do chá.
Lebre, rato, chapeleiro.
Cortem a cabeça, cortem a cabeça (...)
Perseguição.
despertar.
Um sonho?
Lar.
Hora do chá.
De volta a rotina, fora do país das maravilhas.