Quanto vale o tempo?

Estamos constantemente ouvindo as pessoas dizerem: “Eu não tenho tempo, porque ando muito ocupado” – vejamos então com o quê elas estão tão preocupadas e empenhadas – há aquelas que se entregam ao trabalho profissional com tanto afinco e fanatismo, como se fossem as últimas no universo capazes de impedirem a paralisação da evolução mundial, esquecendo-se de que um dia irão faltar e tudo continuará como dantes, não justificando essas atitudes improdutivas em termos espirituais, pois o uso do tempo de vida apenas para ganhar dinheiro não acrescenta nada ao crescimento da individualidade, portanto o sujeito acaba por ficar em “débito” com o Alto, que terá de ser resgatado um dia, infalivelmente, muitas vezes até por seus descendentes; então pra que tanto trabalho pra nada? Outras alegam que “ninguém é de ferro”, razão pela qual vivem preocupadas com os momentos de lazer, de férias, de descontração, de forma que vivem como perfeitos “zumbis”, sempre no aguardo da próxima oportunidade em ficarem de “papo pro ar”, como se já estivéssemos desfrutando do Paraíso Terrestre, portanto, sem comentários.

Vejamos alguns exemplos mais de uso indevido do tempo, mesmo na iminência da catástrofe ecológica que paira sobre as nossas cabeças: _Por que existe grande número de pessoas que despendem energia (e dinheiro) somente para “passarem o tempo” assistindo a um grande “besteirol” como o “reality show”, onde alguns sujeitos, com demonstração explícita de baixo nível de espiritualidade e possuidores de individualidades vazias, ficam confinados em um ambiente fechado, digladiando-se mutuamente, dando mostras de uma perfeita “baixaria” pública em frente a câmeras de TV? _Qual a razão prática e produtiva para que tantos lutem com tamanho empenho, às vezes por anos a fio, com o intento de fazer uma determinada escola de samba “brilhar na avenida”, por nada mais do que 80 minutos por ano? _O que leva tanta gente a empregar muitos anos da própria vida em um montão de atividades inúteis, improdutivas e até perniciosas, como, por exemplo, o profissionalismo esportivo, que muitas vezes arrasta multidões a se confrontarem com violência e selvageria, por nada, isso sem falarmos daquele que passa uma existência inteira pautando sua razão de viver somente na torcida fanática por um time de futebol, esquecendo-se de que o mundo existe e que está nessa penúria, justamente por causa de muitos lunáticos iguais a ele? Eu apenas queria “entender”!

Fica então apenas nas mãos de pequena parcela da população mundial, formada por aqueles que vão à procura do aproveitamento do tempo que lhes resta para realizarem algo de relevante para a continuidade da vida, ou seja, ao mesmo tempo em que eles buscam o aprendizado constante, o crescimento da individualidade, o caminho da unificação de ideias, a abertura da visão ampla, eles também se empenham de corpo e alma na divulgação e na explicitação dos porquês, dos mistérios e dos segredos “herméticos”, que foram mantidos escondidos por muitos séculos, a fim de que multidões pudessem ser subjugadas ao poder usurpador das classes dominantes, fosse através da política, da religião ou pela força bruta. São criaturas que podem ser denominadas de “homens do presente” ou então de “iluminados”, pois é graças a esses abnegados que podemos ter a certeza de que existe ainda uma saída, e que poderá ser desfrutada por todos que conseguirem ouvi-los e acompanhá-los.

_Pessoal, vamos deixar de lado definitivamente a idiossincrasia, a inércia, a preguiça mental, a conveniência, a hipocrisia e demais distorções do gênero, que são próprias dos ignorantes “de carteirinha”, e passemos a usufruir o tempo, a bem-aventurança divina concedida a todos os seres viventes. É ele que define de uma vez por todas o resultado das nossas escolhas. Se soubermos valorizar o tempo presente para corrigirmos os erros do tempo passado, revertendo-os em caminhos abertos ao aprendizado e às ações positivas e altruístas, o tempo futuro se tornará brilhante para todos os que dessa forma lutarem por merecer, com toda certeza - Maktub!

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 29/06/2009
Reeditado em 24/10/2010
Código do texto: T1672554