Escutando o silêncio

De repente, silêncio como há muito não “escutava” (porque o silêncio também precisa ser ouvido!)

Uma paz invade minha alma. Paro assustada e intrigada: o que me leva a este momento?... . Sinto o suave murmúrio do ar em movimento. Mais do que meus ouvidos, minha alma se faz presente e sintoniza o instante: uma manifestação do vazio repleto de significado.

Sou Eu e meu Eu.

Sinto-me mais forte. Com coragem para prosseguir na caminhada dura, porem bela e cheia de momento como este de agora.

Em meio ao profundo silêncio um galo canta ao longe, como a chamar para realidade, ou quem sabe, mostrar que estamos num mundo onde tudo é ilusão e fantasia e só em breves instantes alcançamos a plenitude real. Talvez, nestes momentos, Deus nos envolva e nos agasalhe em seus braços. Flutuamos, então, em outra dimensão. Compreendemos que somos mais do que aparentamos. Que estamos aqui desfrutando de oportunidade única.

Quando aqui chegamos e banhamos no templo do amor (como bem diz Bernard Gontier, poeta maior aqui do recanto) nos deixamos levar numa dança contagiante, por vezes densa, outras nem tanto, compartilhando o sonho da vida.

Sonho que a qualquer hora se extinguirá; mas que nos dá a oportunidade de existir.

Como ainda não despertei do sonho... E estando sobre a influência do momento, sirvo-me de corres suave e resolvo pintar uma aquarela.

Lisyt

PS. Ao meu amigo aqui do RL