" A DÍVIDA (DÁDIVA?) DA VIDA"
Passei os braços sobre seus ombros, na esperança de um consolo para o choro e as palavras desconexas que proferia. Por um momento elas me desesperaram. Sofridas, sentidas, atrapalhadas...
Senti profundamente um desejo de envolver-me, de ajudá-la a sair daquele abismo insano. Apenas com gestos comecei a afagar sua alma. Acariciando seu rosto, prendendo seus cabelos brancos em desalinho...
Aos poucos suas lágrimas se iam e pude sentí-la mais leve.
E na intenção de trazê-la de volta a uma vida que já não podia viver, busquei assuntos passados, que a fizeram feliz algum dia. Assim, pude buscar suas histórias, seus amigos, suas experiências no trabalho, suas glórias e seus sorrisos.
Como mágica, pude ver o brilho de seus olhos, a felicidade em seu rosto. Fui buscando mais, parecendo agora não querer que voltasse ao presente, àquele quarto, àquela cama e àquela solidão sem fim...
Queria tirá-la da dor do não viver, mesmo tendo que existir...
Foi longa a conversa até que o sono chegasse. Longos passeios em seu sítio, conversas nas salas, amigos que se fizeram íntimos em instantes de passados tão remotos.
Esse encontro deixou em mim uma pergunta: será que algumas dívidas de vida nos serão cobradas até o último "vintém"?
Passei os braços sobre seus ombros, na esperança de um consolo para o choro e as palavras desconexas que proferia. Por um momento elas me desesperaram. Sofridas, sentidas, atrapalhadas...
Senti profundamente um desejo de envolver-me, de ajudá-la a sair daquele abismo insano. Apenas com gestos comecei a afagar sua alma. Acariciando seu rosto, prendendo seus cabelos brancos em desalinho...
Aos poucos suas lágrimas se iam e pude sentí-la mais leve.
E na intenção de trazê-la de volta a uma vida que já não podia viver, busquei assuntos passados, que a fizeram feliz algum dia. Assim, pude buscar suas histórias, seus amigos, suas experiências no trabalho, suas glórias e seus sorrisos.
Como mágica, pude ver o brilho de seus olhos, a felicidade em seu rosto. Fui buscando mais, parecendo agora não querer que voltasse ao presente, àquele quarto, àquela cama e àquela solidão sem fim...
Queria tirá-la da dor do não viver, mesmo tendo que existir...
Foi longa a conversa até que o sono chegasse. Longos passeios em seu sítio, conversas nas salas, amigos que se fizeram íntimos em instantes de passados tão remotos.
Esse encontro deixou em mim uma pergunta: será que algumas dívidas de vida nos serão cobradas até o último "vintém"?