O INUSITADO
 
 
   Sentáramos para um descanso e uma refeição, cansados e alegres. Completáramos as compras para o aniversário da Gu, pedimos um crepe e o garçom trouxe um cabide pequeno para bolsas e pacotes. Uma novidade bem interessante. Penduramos tudo nos ganchos.
   Chegou a seguir um velho com uma filha linda ao lado da nossa mesa que pediu o cabide também. Um pouquinho escandaloso ele, coisa que compartilho; é bom ficar livre e à vontade, despreocupar-se das regras sociais. O velho agia alegre e ruidoso, envergonhando a filha. Como sou igual, adoro as pessoas espontâneas e curtem um bom astral, simpatizamos mutuamente as duas mesas.
   Eu e meu filho, também tivemos um bom descanso e um alimento bom. Trocamos conversas, atrasadas, foi um bom momento. Falei baixinho: “não se espante não, mas to com vontade de dar um beijo naquele velho é muito simpático e livre como eu”. Mãe fique à vontade Não vai ficar envergonhado? Mãe fique à vontade.
   Levantamos, pegamos nossas coisas, e aproximei por trás do velho. Sua mulher já chegara atrasada á mesa, gordona, meia idade. Sorri pra ela: “é seu marido?” Sim, disse. “posso dar um beijo nele? Sim. disse ela sorrindo, E dei um gostoso beijo na face dele e esfreguei sua careca com carinho, dizendo “ele é muito simpático!”Meu filho sorria compreensivo, e ainda dei um beijo na linda filha ao seu lado. para a mulher atirei um beijo com as mãos.
Fomos pegar a escada rolante, enquanto meu filho murmurou que eu fizera alguma coisa boa para aquela família
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Foi uma tarde boa.