Intensa.
Todos os dias vivemos milhares de situações distintas. Tudo acontece o tempo inteiro e são tantos acontecimentos... O que diferencia esses acontecimentos ou situações é a maneira como nos comportamos diante deles. Para alguns é fácil passar por tudo superficialmente. Para outros, como eu, o que acontece é vivido, é sentido fortemente. Não dá pra passar em frente à um mendigo e não sofrer, não dá pra ver um olhar triste e não querer chorar junto, não dá pra ver um sorriso espontâneo e não sorrir. É como se existisse uma espécie de antena captando tudo o que se passa ao redor e capturando a energia das coisas para a pessoa possuidora dessa antena espiritual. Quando essas pessoas hipersensíveis "perdem" alguém ou algo importante, é o fim do mundo, literalmente. Tudo é cinza, sem cor e triste. Nada é capaz de consolar esse "antenado". E como ele sofre. Sofre pelo universo inteiro e toda a dor é dele. Mas essa mesma pessoa também sente coisas muito boas. Ele não é sensível só à acontecimentos ruins e situações entristecedoras, ele é sensível à tudo de mais maravilhoso, mais feliz que possa existir e ele também capta energias alegres e se alegra junto. Quando esses momentos de alegria acontecem para essas pessoas, elas tem a maior felicidade de todas e quem as vê em algum desses momentos de profunda alegria, tende a acreditar que essas pessoas são as mais realizadas, mais alegres, mais mais que há, o que não deixa de ser verdade, naquele momento.
Então, meu caro amigo, não se deixe levar pela dramaticidade dessas pessoas que, como eu, sentem tudo. Isso não quer dizer que estejam mentindo ao dizer que nada mais faz sentido e que não sentem mais alegria em viver, é tudo verdade. É exatamente isso que ela sente naquele momento de tristeza. Mas também não acredite que essa pessoa vá ser sempre triste. Lembre-se que ela também é aquela mesma pessoa que no dia anterior sorria sem parar e dizia ser a criatura mais feliz do mundo. Ela era.
Temos a tendência de julgar as pessoas pelo que enxergamos no momento em que as vemos. Isso é um grande erro. Pessoas mudam de opinião o tempo inteiro, deixam de sentir o que outrora sentiram, deixam de gostar de coisas à elas preferidas, deixam de ser o que eram antes. Essa é a graça de viver. É essa constante transformação que nos eleva, que nos faz refletir sobre o que é melhor para nós. Se antes amávamos o amarelo e hoje conhecemos o azul e ele nos encanta, porque não mudar de cor? Precisamos deixar esse medo de mudanças de lado e acreditar no que sentimos, confiar mais nesse sexto sentido que, pra mim, é o sentido mais aguçado de todos e que mais nos define.
Eu só quero estar sempre preparada para ver além das aparências, que por sinal, é nossa menor parte, a parte de fora.