ENQUANTO O MESTRE DAS TOLICES NÃO SE CALA

ENQUANTO O MESTRE DAS TOLICES NÃO SE CALA

Marília L. Paixão

Enquanto não morro muitos ídolos morrem. Eu bem que poderia morrer a qualquer hora na flor dos meus quarenta e tantos anos. Não deixaria dívidas, nenhum grande feito, mas até que receberia muitas flores virtuais e teria muitas pessoas preocupadas em saber o que realmente houve comigo.

Mas se morrer é natural, viver é mais natural ainda. Morrer naturalmente só é esperado durante a velhice. Mas todos sabem que também morremos quando nos abandonam seres que nos são importantes. Morremos aos poucos e aos mortos deveríamos dedicar palavras lindas ou nada dizer para que não se transforme em palavrão ou simplesmente má interpretação.

Sim todo escritor carece de cautela. Paulo Ricardo fez mais crítica que homenagem ao Michael Jackson. Concordo com o leitor que reclamou da escolha do escritor feita pela Folha de São Paulo para falar do rei pop.

Mas a vida é assim mesmo. Enquanto uns homenageiam outros permanecem mestres das tolices em falas como Hugo Chaves. O pior é que este ainda arruma um concorrente com tanta freqüência que é impossível não reparar ou comparar e paro a comparação por aqui.

Afinal, não tenho mais “25 anos de sonhos e sangue e de América do sul. (Belchior) Sei que assim falando pensas que este desespero é moda em 73, mas ando mesmo descontente e desesperadamente eu grito em português...”

Por que não se manter calado quem não consegue sentir o mundo?

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 27/06/2009
Reeditado em 27/06/2009
Código do texto: T1670244
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