Mamãe

Mamãe!

Saudades, quanto tempo faz sem que eu ouça a tua voz, que não vejo o teu semblante suave nas manhãs de inverno, quando a chuva cai impiedosamente sobre o teto de nossa morada e sinto o perfume de rosas assim como te perfumasses para sair, percorrendo a rua grande a procura de novidades que pudesses a alguém presentear... Ah, quantas saudades! Que falta me faz, sinto como se me faltasse o chão que piso e como se mergulhasse em um imenso vazio, um mar sem fim em busca de um paraíso que se chamasse Cristina, minha adorada mãe.

È difícil acreditar que partistes sem de mim se despedir e empreendestes a viagem insólita por mundos nuca vistos... Essa noite eu passei insone, andei diversas vezes pela casa, analisei cada canto, cada móvel , os mínimos detalhes, debrucei-me na janela da sacada e notei que chovia e alguns pingos caíram-me ao rosto misturando-se às lágrimas de saudades, a dor pela separação, então, sobreveio-me uma dor no peito, senti algo na garganta como se me cortasse o ar, mais de repente o alarme do relógio com a sua musica estridente, a mesma que anunciou a tua morte, me trouxe à realidade, se me apresentou a melancolia da alma e do espírito e a eternidade da solidão, a mesma que se alojou em meu coração após a tua partida.

Mamãe, como é duro ficar aqui e viver sem ti, sem a segurança das tuas mãos e o incentivo de tuas palavras as quais me fazia ouvir sempre que eu me desanimava e me via perseguido.

Mamãe, eu não quero te esquecer nunca e quero te amar sempre, a cada minuto de minha vã existência, quero te ver todos os dias da minha vida mesmo em um sonho ou lembrança seja, e de ouvir-te assim como a mais doce das melodias e reafirmar: és o maior amor da minha vida e, que eu não te perdi, apenas me desencontrei para logo te reencontrar... Quem sabe”?