A crônica do futebol
Eis uma simples pergunta que não quer calar: "Por que o futebol não se utiliza da tecnologia moderna como os demais esportes? Seria por complexo de superioridade, interesses escusos ou comodidade? Não estamos na era medieval, mas sim em pleno século XXI! Por que julgarmos árbitros e seus auxiliares por erros cometidos premeditada ou inadvertidamente se a tecnologia nos permite evitar esses problemas? Não acredito que sejamos sádicos a ponto de desejarmos constantemente novas vítimas desse esporte, sejam elas, árbitros, auxiliares ou jogadores. A minha dúvida crucial é a seguinte: "Não seria essa atitude um jogo de cena para despistar os verdadeiros objetivos, que seria encobrir a corrupção?" O futebol é um esporte como outro qualquer que sobrevive às custas de bons resultados. Isso implica em muito esforço e longa preparação, o que por consequência requer técnica, dedicação e seriedade. Por que submetê-lo a um erro de interpretação dos árbitros, quando com isso um time poderá ter enormes prejuízos financeiros, que comprometeriam a sua boa administração e quem sabe talvez, a sua própria sobrevivência? Alguns ingênuos ou corruptos, argumentam:
1- É esse nevoeiro de erros e acertos humanos, que formam o charme do nobre esporte bretão;
2- Não pode ser de outro jeito, porque consequentemente o jogo será paralizado inúmeras vezes;
3- É exatamente a ausência da tecnologia que o torna imprevisível e lhe dá o ar da graça e romantismo, diferente dos outros esportes;
4- Com a adoção da tecnologia vários profissionais perderiam o emprego;
5 - Etc...etc...etc...
Ora... ora... Conversa mole, pura demagogia, que só beneficia e favorece aos corruptos. Que graça, romantismo, charme ou beleza, poderiam achar os torcedores e o time prejudicado? O uso de sensores e câmeras, resolveriam definitivamente essas malandragens e truques de dirigentes e outros cúmplices corruptos. As paralizações durante o jogo já existem em função das faltas, contusões e catimbas. Cada falta independente do local onde tenha sido praticada, deveria ser cobrada próximo a grande área sem direito a barreira de jogadores. Assim os times dariam adeus aos jogadores botineiros. Alguns diriam: mas futebol é um esporte de contato físico! Sim, concordamos, mas não de agressões físicas. Se eu quiser assistir violência, vou ao boxe ou luta-livre, não a campo de futebol. Eu pergunto: Seria mais correto perder-se um craque e ganhar-se vários botineiros ou perder-se vários botineiros e ganhar-se um craque? Não deveria ser permitido a participação de jogadores adversários na barreira do time que cometeu a falta. Dessa forma, estaria extinto o empurra-empurra, que dificulta o trabalho da arbitragem, dos goleiros e tira o brilho do espetáculo. Não deveriam ocorrer expulsões, obrigando um dos times a jogar com inferioridade numérica de jogadores. Os jogadores infratores poderiam ser substituídos por outros, para que o jogo continuasse em igualdade. Apenas deveriam ser estipuladas pesadas multas aos jogadores infratores e seus clubes. Dessa forma, muitos jogadores indiciplinados e irresponsáveis, evitariam cometer as faltas que implicam em suas expulsões, prejudicando aos times em que jogam, como ocorre hoje. Na realidade, as expulsões prejudicam enormemente a nós torcedores, que vamos ao estádio na esperança de assistirmos a um belo espetáculo e, com as expulsões, um bom jogo pode transformar-se numa "grande pelada". Antigamente, havia apenas um árbitro em campo, depois criou-se o famoso "bandeirinha" (árbitro auxiliar); depois dois bandeiras (como funciona hoje). Poderiam destinar uma sala com um telão a um desses árbitros auxiliares para solucionar o lances mais polêmicos e difíceis de serem constatados pelos árbitros em campo. A comunicação seria como já é feita, via eletrônica, (seria rápida) com direito a validar ou não o lance duvidoso. E tudo isso com reais recursos de apelação junto ao tribunal desportivo, no dia seguinte ao término do jogo. Assim esses tribunais teriam serviços a fazer e acabariam com as morosidades e vaidades das funções que porventura tenham hoje. Os resultados seriam homologados pelos tribunais decorridos 48 horas após o término dos jogos (caso houvessem apelações, é evidente) Imagino que seria bem melhor aguardar 48 horas do que engolir goela abaixo um resultado injusto! Lembrem-se sempre disso: A tecnologia foi criada para facilitar o trabalho do homem, tornando-o mais eficaz e produtivo, senão por que não ficamos somente com o rádio ao invés dos televisores e computadores? Os locutores e comentaristas esportivos talvez combatam ferozmente essas modificações, temerosos de que percam os seus empregos. Mas, caso raciocinem melhor, verão que não terão os seus empregos ameaçados, se realmente continuarem sendo bons profissionais e, não apenas mercadores e corporativistas da profissão. O Brasil sendo o país que mais títulos mundiais possui, poderia através da sua forte influência no futebol mundial, fazer com que outros países adotassem essa postura junto a FIFA, pressionando para que se conseguissem esses objetivos. Vamos, senhores dirigentes da CBF, arregassem as mangas e trabalhem! Os maiores méritos poderiam ser de vocês. Enfim, já esgotou-se o prazo para que se proceda modificações que tornariam o jogo de futebol melhor e mais justo, sem prejuízo para aqueles que o mantêm de fato: OS TORCEDORES. Vamos, senhores dirigentes do futebol mundial! Deixem de vez, a inércia e o comodismo! Abandonem a Era Medieval e ingressem no século XXI!