A insensatez da discriminação

Se há algo que consegue me fazer “fumegar” é a estupidez explícita que assistimos ao haver qualquer demonstração de preconceito, não importando qual seja (racial, religiosa, social, sexual, profissional etc.), porque o tamanho do prejuízo contra a evolução da espécie humana é de estarrecer, basta nos lembrarmos dos conflitos, das manifestações ridículas, das criações de leis, dos processos judiciais, das reivindicações absurdas e, principalmente, do tempo e dos recursos financeiros que se despende com tamanha imbecilidade, em prejuízo das resoluções dos problemas cruciais, que já temos em profusão suficiente para nos levar ao “caldeirão do inferno”.

Desde quando a cor da pele de um indivíduo pode determinar o seu grau de inteligência, de capacitação profissional, de caráter ou até de nível espiritual? Ora, fica muito fácil de se perceber a visão estreita daquele que se acha superior aos outros, somente porque nasceu em um país de grande poder econômico, ou então porque é descendente de família da alta nobreza, ou ainda porque tem formação acadêmica de doutorado na Europa! _Para com isso. O que determina a pequenez ou a grandeza do ser humano é a sua individualidade, que será tanto maior quanto maior for o seu crescimento espiritual e o tamanho da sua visão ampla, portanto, desde que ninguém de nós tem a capacidade de “enxergar” o nível de individualidade do próximo, não existe idiotice superior à prática da discriminação, baseada em preconceitos que cheiram a podre.

Toda vez que se procura segregar indivíduos, seja pela cor da pele, pela origem, pelo sexo, pela forma de vida social ou de qualquer outra particularidade, considerada diferente do padrão estereotipado por uma determinada classe dominante, imediatamente esses discriminados partem para uma reação de defesa dos seus ideais, a ponto de promoverem, muitas vezes, manifestações anárquicas, ridículas e até violentas, que não acrescentam coisa alguma de positivo ou cultural à vivência humana. O degradante nisso tudo é que essas castas, pouco a pouco, começam a extrapolar os próprios direitos do exercício da cidadania e assim entram no caminho do abuso, da insensatez e do desvirtuamento dos direitos constitucionais, provocando distúrbios sócio-econômicos, ao mesmo tempo incentivando as atitudes demagógicas dos governantes, que saem em defesa desses “excluídos”, criando leis protecionistas, dias especiais, feriados impróprios e manifestações bizarras, ainda mais quando esses “coitados” são em grande número, pois o objetivo primeiro desses mandatários do povo é sempre garantir o máximo de votos para si e seus partidos, e nada como “comprar” a simpatia dos “diferentes”, com agrados diversos, tudo às expensas dos contribuintes.

O pior é que os próprios discriminados, com essas atitudes, passam simplesmente a se discriminarem, aumentando assim a distância entre as partes, acentuando as “diferenças”, que, na realidade não existem de forma natural, mas que a burrice dos componentes da sociedade faz questão de criar e de incrementar. Como grande exemplo, temos o fato do homem negro brasileiro estar ainda em condições consideradas inferiores a dos brancos, preconceito este que vem da origem escravocrata, portanto trata-se de um acontecimento morto e enterrado e que deveria já ter sido decomposto e esquecido, porque não passou de uma mancha negra da civilização “civilizada”, já faz muito tempo, por essa razão nada justifica a promulgação de leis protecionistas, baseadas na cor da pele, ou então qualquer tipo de cerceamento ao livre exercício da cidadania, sejam com os brancos, negros, amarelos ou vermelhos.

A desagregação é própria do trabalho natural das energias negativas, que estão por aí é mesmo com o fito de colocar obstáculos ao processo evolutivo da humanidade, logo não devemos nos deixar levar como gados, a caminho do corredor do abate; o ser humano tem que entender que o uso do livre-arbítrio pode nos conduzir ao “céu”, desde que tenhamos inteligência suficiente para vencer quaisquer dificuldades, a ponto de fazermos prosperar o bom senso, a sensatez e a civilidade.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 25/06/2009
Reeditado em 20/09/2010
Código do texto: T1666045