Pompeu

Pompeu

Um dia, após trinta anos de casados, o esposo Seu Pompeu chega para sua esposa a Dona Clotilde, que antigamente era só Clo, agora era Dona para os sobrinhos , netos, e para a vinhança, e para ele era Mulher ou Véia mesmo.

- Véia, tava pensando uma coisa, nos estamos casados à trinta anos, sei que você nunca me traiu, e eu fui fiel todo esse tempo à você, mas me responde uma coisa, você nunca pensou em alguém , assim, nunca teve vontade de beijar outra pessoa, ou até mesmo de ter outra pessoa?

A esposa estava estática, ela estava fazendo seu crochê, e parou imediatamente quando ouviu o que o seu esposo acabara de lhe perguntar. Não acreditava que Pompeu pensava isso, ele que sempre foi um homem, de meias palavras, quase não conversava e de repente fazer uma pergunta dessa sem mais nem menos.

- Como assim Pompeu , o que você quer dizer com isso, eu nunca tive este tipo de pensamento. Pare com isso ou vou ficar chateada com você, disse Dona Clodilte já nervosa com a pergunta de seu esposo.

Mas Pompeu não estava convencido, achava que nao era possivel que ela nunca tivesse pensando uma coisa tão normal, ele mesmo que era um homem respeitável, de postura imitável por tantos outros, que sempre foi usado como exemplo por várias esposas em meio a suas brigas conjugais.- Você devia ser igual ao Pompeu, nunca bebe, não fuma, nunca vi ele por aí bulindo com mulher de ninguem, ele sim é um esposo de verdade...- diziam as esposas dos vizinhos, mas algo estranho estava acontecendo com ele, ja não conseguia tirar essa idéia de infidelidade, tanto da parte dele, como da parte da sua esposa.

Ele começou a se imaginar com outras, isso deu um certo prazer no início, porém ele ficava com a dúvida se isso tambem acontecia com a sua esposa, ele nao tinha coragem de perguntar de novo, ela tinha ficado muito chateada, mas ele queria saber, precisava saber, ele era um santo, disso ninguem duvidava, e estava com esses pensamentos, imagina ela que fica em casa o dia inteiro, não tem muitas amigas,nos não tivemos filhos, ela então ficava fazendo o que o dia inteiro? Pensando nele, mas por trinta anos, será que ela não tem nenhum segredo guardado, uma fantasia que ela realiza quando esta sozinha, ele não poderia imaginar, ou adivinhar, mas de uma coisa era certa, ele estava cansado daquela vindinha de fidelidade, agora ele queria ação queria saber o sabor de outro beijo, sentir novos perfumes, novas sensações.

Numa quarta feira ele sai a procura de uma novo amor, ele esta muito charmoso, ele não sabe, mas de alguma maneira ele esta diferente com um brilho no olhar, um andar mais solto, um sorriso no canto da boca, do tipo de quem vai atacar. Enfim a primeira isca, uma mulher linda que trabalha na floricultura, ela é ruiva dos olhos cor de mel, ela foi a primeira, pois outro dia quando ele foi comprar flores para a Dona Clotilte por que era seu aniversário, ela nao parava de lhe olhar, e não olhava para um lugar qualquer era diretamente nos olhos.

Ele foi direto: - Você tem olhos lindos, iguais aos lírios...-Ela para sem entender muita coisa, mas muito envaidecida com o elogio, olha-o fixamente nos olhos, e diz:- Obrigada, você é muito gentil em me dizer isso, e sem perceber acaba olhando para sua aliança, deixando-o sem graça. Como ele poderia ter esquecido da aliança, ele que estava pronto para sua primeira traição, se sentiu com vergonha, perdeu a pose de garanhão.

Ele decide então ir para um outro lugar, mais tranquilo. sentiu falta da sua esposa, o que será que ela estaria fazendo agora, será que tinha acreditado naquela conversa de que ele tinha uma reunião até mais tarde? Ele não conseguia pensar em outra coisa.De repente no bar ele avistou uma mulher alta, morena e com os cabelos longos negros, bastou apenas a sua silueta pra deixar Pompeu encatado com auqela morena, mas derepente ela sai do bar, parecia assustada com pressa, ele não conseguiu mais tirar aquela morena da cabeça.

No dia seguinte, quando chega em casa, ele encontra sua esposa, quieta, com meias palavras, ele pergunta:- Esta tudo bem com você Mulher?- ela responde: - Tá.- ele para, fica quieto, ela nunca foi tão seca assim todo esse tempo de casados, voltas as perguntas na mente de Pompeu.

Na hora da janta ele percebe a esposa inquieta na mesa, - Você ainda esta chateada com aquela minha pergunta ? Se for isso eu te peço desculpas Mulher, não sabia que você iria ficar assim?- ela olha e faz um gesto afirmativo com a cabeça, mas não diz uma palavra. Ele esta estranhando as atitudes da mulher.

Ele esta quase certo que ela tem um caso com outro homem, não era possivel isso, ela não seria tão santa, e outra que ela esta muito estranha ultimamente, será que ela esta pensando em deixalo. Decide faltar no trabalho e investigar ela, o pior dentro de sua própria casa. |Até a hora do almoço esta tudo bem, derepente ele ve ela fazendo uma ligação: -Posso passar ai? ja estou pronta sim, vou levar tudo, hoje nos iremos fazer direito, beijos- Mas o que era isso, será que as suas suspeitas estavam certas, ele não podia acreditar, ela esta toda arrumada, sorridente com cara de que iria fazer algo...

Pompeu, Pompeu, dizia ele enquanto coçava a cabeça, você tem que tomar serias providências. Ele como nunca foi um homem vingativo iria cometer sua primeira vingaça, iria traí-la, isso pagar com a mesma moeda, todos estes anos de sincera fidelidade, jogados ao vento, ele não iria deixar barato. Como da ultima vez, ele se arrumou novamente e voltou naquele mesmo bar em busca da sua Morena. Tinha que ser com ela, ela o fascinava e desde aquela noite não tinha saído da sua cabeça. Chegando no bar ele a procura com os olhos, sem sucesso, acho que esta noite ela não viria, ele começa jogar o seu encanto com as mulheres que estavam lá mesmo, elas não davam muita bola, ele ja esta quase partindo pra apelação: - Você vem sempre aqui?- Perguntava ele pra garçonete, quando derepente na porta do bar surge ela, esta conversando com uma mulher, os seus cabelos longos cobria toda as suas costa nua por conta do corte do vestido que era preto costas nuas, chegavam até a metade da coxa, e que coxa!, pensava Pompeu.

Ela esta com um ar de misteriosa e assustada, parecia não querer esta ali, ele estava preocupado, queria poder ver o seu rosto mas não dava, as luzes e o cabelo atrapalhavam muito. Derepente ela percebe que ele esta olhando pra ela, alertada pela sua amiga, pois nem olhar para trás ela olha, ela é orientada pela amiga de sair dali, ele fica mais preocupado, é sua chance Pompeu, pensa ele, ele decide então falar com ela, mas enquanto tomava o último gole de seu uísque para ter mais coragem, ela vai embora.Pompeu vai para casa desolado, era sua chance de se vingar e de ficar com aquela mulher misteriosa, que não mais saía de seu pensamento.

Ele chega em casa, tudo normal, com a casa por que com Pompeu parecia que ele tinha engolido uma bomba, e esta fazendo tictac sem parar. A Dona Clotilde já estava dormindo, parecia um anjo, ele ficava imaginando qual seria o nome dele, pensou em todos possíveis, Ricardão, João do Caminhão, Marcelão, incrivel que eles sempre acabam em aumentativo, como se fossem pra suprir algo, mas o que?

Pompeu entao foi direto com ela: -Você esta me traindo Mulher?- disse ele certo de que ela iria convesar tudo naquele momento, - O que você disse, você só pode estar louco Pompeu, eu que sempre fui uma esposa fiel a você, não acredito que você esta me peruntando isso, você quer que eu diga oque eu faço o dia inteiro nessa casa, tudo bem eu vou dizer, enquanto você sai fico aqui fazendo crochê, cozinhando, coseando suas roupas, lavando, passando e tudo mais que se espera de uma esposa, é isso o que mais você acha que eu faço?- ele só diz uma palavra: -Mentira. Ela fica atordoada sai da sala, vai para a varanda e fica pensando e volta

- Você tem razão Pompeu, eu não fui fiel a você esse tempo todo,mas eu não nunca te trai com outro homem, só não sou esta que você conhece esse tempo todo, eu sou dona de uma casa de Striptease.

- Mas toda noite você esta aqui do meu lado, como pode ser?

- Então Pompeu, essa casa funciona a tarde na hora do expediente, a noite fica uma amiga minha sabe a nossa madrinha de casamento a marlene, ela é casada com o armando (ela ja falava nomalmente com Pompeu) ela me ajuda nessa hora pois ele trabalha a noite.

- Mulher ela é casada com ele à 25 anos, nos fomos padrinhos do casamento dela, só uma pergunta, à quanto tempo você tem essa tal casa( era engraçada a expressão de Pompeu)?

- Então Pompeu(ela começava a falava assim, pra tentar amenizar e situação) antes de te conhecer eu trabalhava nessa casa, eu era uma das mais, como posso dizer, "queridas", só que ai você apareceu naquele supermercado naquele dia, foi amor a primeira vista.

-Antes do nosso casamento...?

- Então, é Pompeu antes do nosso casamento, mas quando me casei com você eu parei, juro, de fazer striperdepois eu fui sócia do lugar, e agora sou dona.

- Meu Deus esse tempo todo.!, Pompeu esta decepcionado não com ela, mas como ele mesmo, como ele poderia ter deixado passar esse tempo e nunca ter percebido, e ela por que nunca contou, eu sempre ocupado demais, nem em traíla eu pensava.

Ele sai, vai para aquele bar, fica na mesa parado, quando senta do seu lado aquela Morena, era ela, Clotilde, ele a olha não diz uma palavra, ela estava linda, e curiosamente pela primeira vez, pensou nela como uma mulher desejável, não apenas sua "Companheira", que estava sempre ali, mas como uma mulher que ele desejava, queria conhecer esta que sempre esteve do seu lado, porém ele estava ocupado demais para conhecer esta Morena, e que Morena pensava Pompeu.

Dani Braga
Enviado por Dani Braga em 24/06/2009
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