(Ins)pirado

Acho ótimo quando vem a inspiração. A sensação é ótima, de saber que tenho muito o que dizer, sentar no computador e colocar tudo ali. Já escrevi muita coisa assim, às vezes demorava dias, com altos e baixos de inspiração, outras, escrevia tudo em duas horas ou mais. Ao ver o textinho ali, bonitinho, formatado, sinto até um certo orgulho de mim mesmo.

A infelicidade, no caso, é quando você sente aquela vontade de escrever... mas sobre o quê?

Ironicamente, estou assim agora, enquanto escrevo esse texto - uma mistura de não saber sobre o que escrever com vontade de escrever e um pouco de preguiça. Estou escrevendo sobre não ter sobre o que escrever, porque, por mais engraçado que pareça, não tenho sobre o que falar.

E não me importo se esse último parágrafo não fez sentido.

Há uma hora atrás, estava na aula de teatro, apenas eu e meu amigo comparecemos, dentre os DEZ alunos que participam da peça. A aula acabou tornando-se em uma agradável conversa sobre garotas e garotos, em uma roda de três mesas pequenas demais para alguém do nosso tamanho.

Quando minha professora mencionou que garotas geralmente sempre escolhem a primeira roupa que pegaram, depois de passar por vinte, comentei que faço o mesmo com minhas histórias. Quase sempre que travo em alguma parte, seja por falta de inspiração ou de vontade, fico testando inúmeras idéias. Mudo, mudo, mudo. No final, acabo voltando a primeira que tive, dou uma polida e encaixo ali. Não sei por que isso. Por que já não usei aquela primeira direto, se me agradou tanto? Escritores...

Outro exemplo mais prático:

Tenho aproximadamente cinco cadernos, que uso irregularmente, abro no meio, escrevo duas páginas, fecho e nunca mais olho. Todos eles tem páginas arrancadas, rascunhadas, etc. Esses dias, fui escrever uma idéia que tive para outra história, e acidentalmente, abri em duas páginas com um começo de história escrito um ano antes. Li. Sorri.

Estava ótima. E estou atualmente trabalhando na continuidade dela, que acabou dando corda a MAIS UMA histórinha de amor, típica de mim. Fiquei dois meses tentando me dedicar a alguma coisa. E acabei achando a solução no passado.

Explicando agora o por que do "MAIS UMA" acima, em letras maiúsculas:

Nunca me interessei por qualquer outro tema, a não ser o romance, melosinho mesmo, com final feliz. Antes, me perguntava como pode este ser o único interesse meu como escritor amador.

"Amador"... agora vejo uma ironia.

Quer saber?

FOI TUDO POR CAUSA DE UMA GAROTA!

Ok, todo mundo já gostou de outra pessoa assim, apaixonadamente. E foi assim que passei longos três anos de minha pré-adolescencia. Foi bem mais triste do que eu poderia imaginar. Teve aquela coisa de criança, não sabia o que fazer, ficava viajando... empaquei nisso, sem andar pra frente, parado sempre na mesma situação. E foi assim por três anos.

Nessas últimas férias, no final de 2008, eu e família fomos para Tramandaí, como sempre. E é demais, simplesmente muito legal, todas as vezes. Amo o lugar assim como amo a mim mesmo.

E foi lá que caiu a ficha.

Comecei a escrever um conto enquanto estava lá, chamado Dias Incríveis (que está postado neste site), e aos poucos, fui desenvolvendo uma nova visão de tudo. Me desliguei do mundo e de toda essa enrolação de três anos, e isso foi bom. Vi como era loucura ficar se queimando pelo fato de estar apaixonado, afinal, era uma coisa boa!

Posso dizer que foram as melhores férias de minha vida, porque quando voltei, era o novo "eu". Minha personalidade havia se formado, finalmente.

Desde então, gosto de quem sou, admito meus erros a fim de não cometê-los de novo, sempre vivendo, mas sem levar muito a sério.

Agora, exatamente agora, devo estar por aí, fazendo cagada, passando por situações antológicas com amigos (dava para lançar um livro - e até que não é má ideia!). Vivo pela diversão, pelo prazer de passar por momentos lindos/engraçados/tragicômicos.

A maioria deles são tragicômicos!

**

Uff...

Pra quem não sabia sobre o que escrever, até que escrevi bastante. Estou com a sensação de desabafo. E isso é bom.

É bom também ver que a garota que estou amando (risos) acabou de entrar no MSN, enquanto escrevo isso. (Não é aquela que ignorei por três anos, é outra - não gosto da palavra "outra", mas não estou afim de pensar em outra. Caramba, que ironia.)

A sensação de estar apaixonado é ótima. Ficar todo bobo quando ela ri, ou sorri para mim... linda como ela só. Até já falei que estou gostando dela, mas deveria ser mais direto acho. Vou falar de novo, sendo mais claro:

- Estou apaixonado por você, sem sombra de dúvida. Quero que me digas se posso ter esperanças de algo mais sério entre nós.

Vou falar algo assim, só que de forma mais agradável. Como:

- Estou apaixonado por você, sem duvida alguma. E quero ficar do seu lado sempre, literalmente ou não. Mas quero saber se posso esperar algo mais sério; você vai me dar uma chance?

Assim ficou melhor.

Mas quero ver na hora de falar - vou travar.

Um dia ela vai saber o quanto a amo.

De qualquer forma, prefiro mil vezes conversar com ela agora do que continuar escrevendo isso (que já foi longe demais...)

Jack, 15, escritor amador.

Jack Lopes
Enviado por Jack Lopes em 24/06/2009
Código do texto: T1665493