O E.T. da Bahia - parte 3, do Adeus e finalmente o Antes do adeus.
O E.T. da Bahia
- parte 3, do Adeus e finalmente o Antes do adeus.
Acredito que após todo este tempo, depois de ter sido vista uma nave provinda do espaço exterior, de ter passado em todos os jornais do planeta, o bom amigo leitor já esteja a par de todo o ocorrido. Enfim, vamos aonde eu quero de uma vez. Ele estava por partir – finalmente! – não digo isso de uma forma pejorativa, e sim de um ponto de vista realista; o bom amigo Etevaldo já aqui estava há mais de três anos e convenhamos, era hora dele retornar à sua terra natal.
Também não vou mentir, pouco acreditei na historia contada pelos meios de comunicação, da existência de uma nave vinda do espaço; por suposto pouquíssimo confiava na veracidade das palavras do visitante espacial – apesar de todas elas terem vindo aos meus ouvidos recobertas de um tom inacreditavelmente verossímil. Nele não acreditei por ser eu um quase repórter investigativo, uma espécie de Sherloc baiano, ficando assim sempre com uma “pulga atrás da orelha” ou no mínimo, como se diz em todo o país, “com o pé atrás” acerca da maioria das coisas que era pela boca do Etevaldo mo revelado.
Isso até o dia em que presenciei um fato. Em verdade foi o fato. E sei que todos os quais agora me leem também o presenciaram – se não “ao vivo”, ao menos pela TV – de uma imensa espaçonave levitando em plena Praça da Piedade. Ele havia me explicado que era hora de partir por ter completado a sua missão neste humilde planeta. De inicio quase não me contive de riso, pelo que explanei acima, porem quando vi o referido objeto acima das cabeças de quase meio milhão de soteropolitanos, por pouco não dei a cair no chão, junto a vários transeuntes pegos desprevenidos – de onde se iniciaram brados, clamores, bramidos de evangélicos pregando o Apocalipse, a balburdia e a comoção costumeiras – até que ele, um homem vestido agora com um traje oriundo das diversas partes do globo, começava a subir lentamente para ela – incrível como a policia nunca chega nessa hora! Diferente dos jornais, estes estavam aos montes como abelha no mel...
-Caros amigos do planeta Terra, é chegado a minha hora de partir – Confesso que nessa hora meu semblante era de um parvo, um misto de incrédulo, Tomé e um pouco de vontade que ele não fosse – posto que minha missão completou-se ao longo desses três anos terrestres – Em verdade eram quase quatro, mas demos um desconto ao Etevaldo, ele merece. Viajei para varias partes deste globo levando amor, caridade e humildade.
Onde fui espalhei palavras cândidas, até reconciliadoras – Mais uma vez o credito da boa tradução se deve a este que vos relata o sucedido – para que vocês parassem e refletissem naquilo que constroem e destroem. Vejo que muitos mudaram, e aqueles quais o sofrimento era muito intenso, hoje pouco o reclamam.
Acreditem e confiem no Pai que está nos Céus, sempre atento a todos vocês, posto que Ele ama a todos de uma maneira a qual nenhum de vocês pode alcançar. Ele é o único ser Infinito do universo, Ele criou o Todo, e seu amor é também Infinito.
Acreditem e confiem. Até para todos, e para você também amigão – Esse foi para mim!
Logo depois a espaçonave subiu e rapidamente desapareceu em frente a todos os espectadores impassíveis e boquiabertos dessa boa terra da Bahia...
Ah, ia esquecendo!
O bom amigo Etevaldo de fato ficou um bom tempo tentando descobrir a cultura deste povo que o somos; o nosso dialeto, nossas maneiras, nosso ser como todo em Gaia, antes de proceder sua missão. Enquanto isso o ajudei em quase tudo que a mim era reservado. Tanto no vocabulário, quanto no gestual. Depois de um ano e pouco – datas das primeiras crônicas – ele se despediu e começou a atravessar este planeta levando caridade por onde seus pés trilhavam. Dizem que curou alguns. De fato não sei dizer se o fez, mas sei que a cada vez que algo assim se dava, ele aparecia em algum meio de comunicação importante e falava de mim.
-Exato, respondendo a uma repórter, tenho na Bahia um amigo inesquecível, um amigão mesmo. Hei amigão, como você vai? Acenando para o operador da câmera, cujo se exasperava pela atuação no mínimo pitoresca do Etevaldo.
Ria-me e orgulhava toda a vez que ele o fazia. Tornando-me em pouco tempo uma espécie de celebridade brasileira – já que agora o Etevaldo estava globalizado.Cheguei a quase mandar cartas e e-mails para responder aos possíveis fãs.
Confesso-vos que sinto falta dele – eu e vários outros espalhados pela Terra. Não o sinto pelo estrelato, na verdade um quase “cometário” se vocês me perdoam o termo. Todavia o sinto dele como um todo. Dele com um ser.
-Do céu mano! Do céu! Como ele mesmo mo dizia vez ou outra.
E eu ria, tolamente.
Adeus Etevaldo, em breve seremos o que havemos de ser – seres bons de fato – desde quando fomos criados pelo Pai. Mesmo que isso demore muitas de nossas existências...
Adeus e quem sabe um até breve; se lhe por acaso passar pela grande estrela de Arcturus e se relembrar das palavras tímidas e sabias de Dorival.
-Você já foi à Bahia nega? Não? Então vá!