EU VOU Á LUTA
 

Depois de tanto fazer pelo maridão, ela não teve alternativa quando viu que o homem da sua vida naquele momento se despedia, e cantava pra subir. Subiu com louvor, fora amado por ela, fora aquele que por muito também fez por ela. Aquele casal parecia ter nascido um pro outro, e nada os separava a não ser aquela que por todos certamente é esperada.  

Passara de um lado para o outro, deixando assim quase nada do tudo que eles tinham, só mesmo fazendo que aquela mulher acostumada a tantas regalias, arregaçasse as mangas e fosse a luta atrás do prejuízo. Mesmo assim antes de tudo, ela olhou pros lados e nada viu que pelo menos desse uma pausa, antes de começar.

Antes de conhecer seu parceiro de longo time, ensinava a algumas crianças da redondeza que tanto lhes chamavam de tia. Mas quando isto a aconteceu ainda era mocinha. Pois tudo no começo são flores, e Dona Carminha não deixara de ser.

Procurou de repente vender alguns dos seus bens, mas o carro que tinham fora a salvação. Correu tão logo fosse para a estrada e ficou por lá fazendo do seu carro condução.

E assim passou por um bom tempo, até que quando menos esperava o coração dá aviso para começar o segundo tempo, e começou novamente a bater feliz por ter encontrado outro parceiro, um homem abastado, começava a se interessar por Dona Carminha.

Mas algo não permitia seu envolvimento, porque este vivia enrolado com tudo e com todos. Sua ficha policial corria metros de distância, acusado de ter cometido homicídio, de ter dado cabo de uma mulher, e sonegado vários impostos. Razão pela qual não tinha como desmentir aquelas acusações.

E a Carminha ter lhes causado aflição. Correu tão rápido que nem sequer olhou para trás, pra não ver a cara daquele que podia ser a sua infelicidade.  

Arregaçou novamente as mangas e disse sem pestanejar: com licença, eu vou à luta, não tenho o direito de não ser, o que não sou.