A insustentável dureza do ser humano.
Somos seres tão frágeis... O risco de um caco de vidro na nossa pele pode ser capaz de nos levar ao mais profundo desespero... Imaginem então o risco de ataque do coração?
A possibilidade de vida e morte se cruzarem... Os suores... As dores... Os giros na cabeça... As dormências e a falta de saber... Conhecemos tão pouco a nós mesmos...
Mesmo que digam que a ciência avançou... Mesmo que digam que estão quase nos produzindo em números e que estão até inventando a substância do amor através das nossas substâncias... Nada me tira da cabeça como o ser humano é frágil na sua estrutura fisiológica.
Que são os/as trabalhadores/as da saúde tendo que dar conta da fragilidade do ser humano a partir da própria fragilidade. Tendinites, lesões por esforço repetitivos, doenças relacionadas ao trabalho, enxaquecas, rostos e corpos cansados...
A dureza do ser humano através das coisas que ele inventou e que ele (muitos) acredita ser fundamental para o progresso da vida humana no planeta se torna insustentável ao ser humano.
Porque afinal não importa se burguês ou proletário, o corpo continua sendo frágil.. e mais cedo ou mais tarde, o rico que explora o pobre morrerá com a gordura da “fartura” industrializada de sua mesa, com o tiro que vem da favela, com a falta de amor, com a falta de humanidade...
Viva à insustável dureza do ser humano !!!
Ângela Pereira.
23 de junho de 2009.