EU SEI QUE O MUNDO NÃO É COR DE ROSA
Havelock Ellis disse que "o lugar onde o otimismo floresce melhor é o asilo de loucos". Talvez ele esteja certo. Talvez seja loucura ser otimista em uma sociedade onde a barbárie sempre esteve presente, onde uma mão estendida pode ser um ataque a sua integridade física e não um gesto de solidariedade, onde a honestidade não vira notícia e a violência domina os noticiários, onde a verdade está fora de moda e a mentira povoa as mentes humanas.
Mas, prefiro ser uma louca otimista a uma ‘normal’ sem esperança, de mal com a vida, vestida de pessimismo. Não acredito que o otimismo seja um ato de burrice ou alienação. Meu otimismo não nasce da ignorância, nem da falta de conhecimento dos males que estão destruindo as famílias, as instituições e a sociedade.
O meu otimismo nasce na coragem que sempre tive de lutar pelas coisas que acredito, de não permitir que as quedas sejam motivos para desistir da caminhada. As pedras de meu caminho são enfrentadas como desafios e deixadas para trás ou levadas para ajudar na construção de muros que me separem do mal humor.
Não sofro da síndrome ‘polianite’. Não acho que quem me faz mal pensava, na verdade, em me fazer o bem. Sei reconhecer meus inimigos, quando estes se apresentam, sei reconhecer quando sou magoada, mas acima de tudo, sei dar a volta por cima. Não me considero uma ingênua que vê o mundo com óculos cor-de-rosa, porém, apenas não gosto de ver tudo em preto & branco.