OTIMISMO
 
 
          Li uma frase de um escritor que mexeu comigo, como ele nem supusera tal efeito em mim. Não era essa a sua intenção. Mas me ative ali. Escreveu “que a um sinal fechado, ele está aberto para o Outro”. Há palavras que atravessam a gente desprevenidamente. E eu apenas lia, não estava na rua dirigindo um carro e diante de um sinal fechado. Estava apenas lendo. Mente aberta e tranqüila. Invadiu-me o entendimento, como uma advertência de calma ou reflexão e me arrastou para a compreensão mais generosa; então, se a gente está com pressa e o sinal fecha na sua frente e tem que parar e, quase se desespera por que vai chegar atrasada ou perder a festa... Baixou uma quase alegria pelo Outro que foi favorecido com o sinal livre para ele, e por uma causa grave, mais urgente e salvadora talvez! Minha suposta impaciência e egoísmo distenderam-se, dando lugar a uma fé e crença nas coisas, uma maior capacidade do não desejado se transformar em tranqüilidade, mais confiança na vida, otimismo, pois tudo é uma questão de equilíbrio da nossa capacidade de compreender a vida em harmonia com todos e tudo. Não foi um jogo do contente, foi um pensamento sereno, oportuno, momento carregando frustrações irrecuperáveis e perdas. Na compreensão, a gente se torna maior. Mais. Até mesmo desapegando-se de coisas que nos eram importantes. É um aprendizado. O otimismo não é estar alegre, é estar aberta.
 
Chega na hora certa a que se está preparado para perceber e ser.