De piratas a políticos...
Essa história de Piratas da Somália é trágica demais! Um pais com um governo frágil, desestabilizado por anos de guerra civil, que não pode prover direitos básicos aos seus habitantes que olharam para aqueles gigantescos barcos passando ao largo de sua costa. Um olha para o outro e pergunta: “Por que não?” e concordando o outro pescador diz: “Transformar!” e seu velho barco de madeira se transforma em uma rápida lancha de milhões de dólares como se fosse um daqueles transformers.
Do outro lado os decpticons chegam de outros lugares longínquos como Canadá, E.U.A., França e Inglaterra com suas belonaves só para decepcioná-los: Destroyers (contratorpedeiro aqui para o Brasil), Fragatas, Corvetas, seus helicópteros orgânicos.
Quem lembra do filme Falcão Negro em Perigo? Aquele que os estadunidenses arregaram! Até hoje eles e os demais da O.N.U. saíram da Somália sem poder dizer que possuem o sentimento de dever cumprido. Porque não cumpriram mesmo! Aqueles mesmos somalis que derrubaram o Blackhawk estão em versão marines atacando os navios petroleiros e de carga. Por isso que eles são transformers, pois se adaptam ao combate armado em terra e no mar, mesmo com armas antigas como o AK-47 (que é a melhor arma já fabricada). Talvez quando eles perceberem que o Seahawk é a versão da Marinha para o Blackhawk os estadunidenses podem ter problemas...
Se o problema fosse fome eles não teriam negociado aquele cargueiro com comida, eles teriam espoliado-o e devorado tudo. O problema vai mais além. É cobiça. Não vejo pobres pescadores transformando suas relíquias em lanchas velozes, tem mais alguém por trás disso. E não é aquele papagaio de pirata do seu amigo!
Não seria uma política internacional capitalista que oprime os mais pobres e privilegia os mais ricos, os mesmos que fazem campanhas de ajuda humanitária aos pobres famintos do continente africano? Aqueles que vivem próximos à costa subsahariana navegam até as ilhas espanholas conhecidas como Canárias. Outros estão ou vão mais ao norte, para o Marrocos e tentam atravessar até a costa de Gibraltar, e Espanha. Como não há um privilegiado acesso a Europa aos que vivem no Chifre do Rinoceronte, lá na costa leste da África, usufruem, pois, da riqueza que passa no quintal de casa pelo golfo de Adem e pelo Oceano Índico.
Assim como hordas de imigrantes africanos às Canárias e para Gibraltar e Espanha rendem autos lucros aos que viabilizam tais feitos desfalcando o furado bolso dos seus irmãos africanos. O seqüestro de navios rende mais. Pois se ganha da seguradora do navio e do país de origem dos tripulantes. Não são merrecas como o que pagam os africanos que querem uma vida melhor na Europa, são milhões. Isso quando os decepticons não acabam com a festa dos somalis frustrando seus seqüestros.
Na Somália as pessoas ainda passam fome. Os piratas não são ricos, são muitos e o lucro não é repartido igualmente entre todos. Eles possuem um fundo onde guardam uma graninha para ajudarem a fazer outras investidas contra outros navios. Outra parte vai para o bolso de quem teve a idéia (direitos autorais, entende!) e o restinho que sobra vai para os piratas.
Não sei se o filme do Johnny Deep, Piratas do Caribe, teve alguma coisa com o incentivo aos somalis terem essa iniciativa, afinal, piratas não é algo novo..., e além do mais, duvido que eles tenham tempo de assistir filme. Mas de uma coisa eu tenho quase certeza: os seus principais devem ter uma conta em um daqueles paraísos fiscais no Caribe. Assim como qualquer ladrão sem vergonha que veste colarinho branco, tem cara de safado e vive da politicagem. Nenhum deles presta, mas ninguém faz nada para que eles desapareçam.