INDIVIDUALISMO.

Houve um tempo em minha vida em que adotei o jargão “sou dona da minha vida, o que eu faço ou deixo de fazer não é da conta de ninguém”. Penso que esse tipo de pensamento influencia, em larga medida, o comportamento dos indivíduos, desde as décadas de 60/70, o auge da liberação e contestação dos valores. Penso que o individualismo exacerbado, tira do individuo, a capacidade de enxergar o outro e o seu próprio entorno. Assim sendo, é impossível a percepção de que suas ações, por menores que sejam respingam, para o bem ou para o mal nos que lhe rodeiam. Felizmente, meu foco estava equivocado e aprendi que eu agia com uma postura totalmente egoísta. É possível que só a maturidade nos traga a consciência de que precisamos lançar um novo olhar para a realidade onde estamos inseridos. Um olhar de responsabilidade pessoal e social que nos permitirá olhar para além do nosso próprio umbigo, abrindo nosso campo de visão para outros valores que não sejam apenas aqueles que atendam aos nossos interesses, mas também aos interesses coletivos. Penso que um bom começo seria atentar cuidadosamente para as práticas danosas no meio ambiente, para o isolamento social que nos distancia cada vez mais dos nossos semelhantes, para o desrespeito com a vida, para o consumismo exagerado e para a desatenção com os pequenos hábitos que fragilizam as relações humanas. Não é fácil, mas sair do nosso individualismo acomodado, é um desafio e tanto.

Conceição Gomes.