Suficiência do Amor
Força que tenho, que abstenho, e resguardo pra quando precisar. Pensamento paranóico, por vezes melancólico, nostálgico, sobretudo no quesito amar.
Bato no peito e clamo, orgulhoso, de mim. De mim e mais ninguém, por uma vida inventada em noites mal dormidas de insônias, frio, de dor. Por letras que se tornaram vidas, vidas poéticas, ridículas. Mero e fiel confidente, companheiro, das noites e noitadas e arruaças. Das cantadas que tanto presenciei, das madrugadas.
Abstenho, sim, muitas vezes, repito, da força que tenho. De ser auto suficiente, desta suficiência, insignificante. Deste orgulho, orgulhoso, tortuoso, mal feitor. Desta tão traçada e complexa linha da vida, desdenhada. Vida esta amorosa, tão meticulosa, melindrosa, fugaz.
Dos amores que amei mal amados, que tanto me amaram, e eu mal amei. Dos gestos que me flertaram, dos carinhos que enunciaram, e eu nada dei. Sei lá confidente, onde pequei, se foi porque amei demais, se foi porque não amei.