A difícil arte de se fazer o bem
Penso em um mundo mais humano, não de vivência apenas utópicas, irrealizáveis, mas de atos praticados; pequenos feitos individuais, que transformam o coletivo harmonicamente. O homem sente e emociona diante de sofrimentos alheios, à distância, mas, cega-se, indiferente, acolhendo como normais tantas desgraças que o acometem ao seu lado.
Esta cegueira, negação de socorro, é postergada ao meu próximo, ele o ajudará. E assim a humanidade caminha. Atropelamos um pedinte, sem ao menos ver seu rosto. Contamos nossos problemas, quando nosso próximo precisava desabafar. Negamos um agasalho, por ser pedido em hora imprópria, e logo este se torna pano de chão.
A televisão nos sensibiliza diante de tantos acontecimentos, que chega a mobilizar a sociedade para grandes tragédias, nos envolvemos nesse clima e nos solidarizamos. Mas ao nosso lado um pequeno feito deixamos para o nosso próximo fazer.
Chego à conclusão de que as pessoas não praticam o bem por opção ou por vergonha, já que por falta de oportunidade não é.
A oportunidade não me falta para que eu comece novas mudanças, ela esta presente em cada quadra da cidade, desafiarei. Se por vergonha eu estou sendo impedido desta prática, agora aceitarei como uma provocação e farei dela um hábito. Se mesmo por opção, acredito ser inconsciente, diante de tanta imposição social, um individualismo sagrado, cultivado nessa escuridão, acenderei a luz, violarei normas e regulamentos, mesmo que prendam meu amigo no coração.