Charlatão também pode?
Surpreendente a decisão do STF dispensando a obrigatoriedade do jornalista ter formação superior. O profissional responsável pela informação precisa, correta e imparcial, a ser divulgada nos principais meios de comunicação, está dispensado de uma qualificação específica. Num mercado saturado de tantos profissionais já devidamente diplomados, a decisão foi um baque nos estudantes de jornalismo. Alguns até já acenam com a possibilidade de deixar o curso, a exemplo do movimento dos universitários de duas Faculdades locais.
Nunca fui, não pretendendo ser, nem tenho parentes ou amigos jornalistas, mas também acho estranho esse pacote de bondades para aqueles que não quiseram ou ainda não querem enfrentar os bancos da universidade para se habilitarem ao exercício da profissão. Vejo apenas uma incoerência quando se exige o curso superior para tantas outras atividades, dispensando exatamente para o profissional da informação, sob a alegação de que é livre o direito à expressão. Mas, quem sou eu para não acatar uma decisão da mais alta corte do país?
Quero apenas plagiar um respeitado radialista pernambucano que, após os mais contundentes comentários sobre determinados temas, encerrava dizendo: “mas eu não tenho nada com isso; o meu lema é ver, ouvir e calar”.