Conspirações do Tempo
Se eu conseguisse dizer todas as coisas que mudei, você acreditaria que alguma parte de mim ainda é a mesma desde o inicio? Às vezes nem eu sei.
Parece que as estações levaram a poeira da colisão dos mundos e séculos que nos trouxeram até aqui. Ainda tenho dúvidas se evoluímos.
Percebi que o capricho do tempo é não me permitir ser jovem o bastante pra ter inocência, apenas nova o suficiente pra viver o presente e velha o suficiente pra saber quem eu sou, mas parece nunca sei pra onde vou.
Os tempos colidiram em um segundo no ponteiro do relógio, e um ano se foi. Todos os sinais indicam que algumas partes desse tempo vão se perder pela memória, sem volta.
Ainda viajo sozinha nos pensamentos de novos mundos, entre o distante sol. Mesmo quando parece que tudo sobre mim já foi descoberto, debaixo da sola dos tacos de madeira ainda aponta uma novidade antiga de lembrança.
A estrada é longa, mas troquei meus sapatos desgastados por chinelos de crochê, será mais agradável a jornada enquanto faço bolhas de sabão, algumas flutuam outras não. Estendi a mão pra criança de ontem seguir lado a lado com menina de hoje e com a mulher de amanhã, seguindo assim o caminhar não será tão solitário. Se foi mais um aniversário.