O prêmio
Edson Gonçalves Ferreira
Quando ainda era bem criança, entre os quatro e cinco anos, já estava fichado como leitor da Biblioteca do SESI que havia em Divinópolis, por iniciativa da minha prima Irani Assis Silva que, com consentimento dos meus pais, me incentivava à leitura e eu, também, aprendia latim com os franciscanos e, aos cinco anos, tornei-me bibliotecário da Biblioteca dos Coroinhas do Santuário de Santo Antônio cujos livros (alguns), quando a biblioteca fechou, vieram para minha casa.
Lembro-me, perfeitamente, da revista do Bolinha, escrita por Vovô Felício que existia no SESI e, naquela época tão distante, houve concurso não sei onde, de desenho patrocinado pelo Toddy, aquele chocolate em pó que todo mundo adora. A Irani me mostrou a revista anunciando o concurso e perguntou se eu queria participar. Fiquei entusiasmado. Imagina isso na cabeça de uma criança de cinco anos!
Com paciência, recordo que ela me ajudou a fazer o desenho -- não me lembro mais do que foi -- só sei que era colorido com lápis de cor e, então, como ela era craque no assunto, selecionou as cores e me orientou e, então, participei do meu primeiro concurso nos anos iniciais da minha vida e, assim, ganhei o meu primeiro prêmio que foram revistas e livro.
Na casa da mãe dela, Tia Celina Gonçalves Assis, que chamávamos de Tia Criola, havia coleções de revistas, inclusive a famosa Seleções do Reader´s Digeste, Manchete e de livros. Só que a casa era uma casa branca e asseada e boa como foi a casa de Nazaré, mas não tinha tantos cômodos e, então, a biblioteca ficava no banheiro onde -- adivinhem -- o menino Edson passava horas e horas e, de fora, meus primos chamando: _ Edson, abre a porta, Edson! Eles nunca perderam a paciência e, até hoje, agradeço.
Quando eu ia, também, a casa da minha tia-avó Henriqueta Ferreira que, naquela época, já tinha mais de 80 anos, porque morreu aos 106 anos de idade e, pasmem-se, morreu cantando, e lá eu também escondia no banheiro para ler e, entrava no quarto dela. Quando eu saia, todo mundo escutava ela gritando: __Nita, ó Nita, tu corres e pega as revistas que o Edson está a roubar. Olha bem dentro do calção dele! -- de fato, o menino Edson entrava e punha duas Seleções na cueca para ler em casa e trazer depois. Sempre fui louco com a leitura! Acho que sou traça de biblioteca, não é mesmo?
Divinópolis, 21.06.09
Edson Gonçalves Ferreira
Quando ainda era bem criança, entre os quatro e cinco anos, já estava fichado como leitor da Biblioteca do SESI que havia em Divinópolis, por iniciativa da minha prima Irani Assis Silva que, com consentimento dos meus pais, me incentivava à leitura e eu, também, aprendia latim com os franciscanos e, aos cinco anos, tornei-me bibliotecário da Biblioteca dos Coroinhas do Santuário de Santo Antônio cujos livros (alguns), quando a biblioteca fechou, vieram para minha casa.
Lembro-me, perfeitamente, da revista do Bolinha, escrita por Vovô Felício que existia no SESI e, naquela época tão distante, houve concurso não sei onde, de desenho patrocinado pelo Toddy, aquele chocolate em pó que todo mundo adora. A Irani me mostrou a revista anunciando o concurso e perguntou se eu queria participar. Fiquei entusiasmado. Imagina isso na cabeça de uma criança de cinco anos!
Com paciência, recordo que ela me ajudou a fazer o desenho -- não me lembro mais do que foi -- só sei que era colorido com lápis de cor e, então, como ela era craque no assunto, selecionou as cores e me orientou e, então, participei do meu primeiro concurso nos anos iniciais da minha vida e, assim, ganhei o meu primeiro prêmio que foram revistas e livro.
Na casa da mãe dela, Tia Celina Gonçalves Assis, que chamávamos de Tia Criola, havia coleções de revistas, inclusive a famosa Seleções do Reader´s Digeste, Manchete e de livros. Só que a casa era uma casa branca e asseada e boa como foi a casa de Nazaré, mas não tinha tantos cômodos e, então, a biblioteca ficava no banheiro onde -- adivinhem -- o menino Edson passava horas e horas e, de fora, meus primos chamando: _ Edson, abre a porta, Edson! Eles nunca perderam a paciência e, até hoje, agradeço.
Quando eu ia, também, a casa da minha tia-avó Henriqueta Ferreira que, naquela época, já tinha mais de 80 anos, porque morreu aos 106 anos de idade e, pasmem-se, morreu cantando, e lá eu também escondia no banheiro para ler e, entrava no quarto dela. Quando eu saia, todo mundo escutava ela gritando: __Nita, ó Nita, tu corres e pega as revistas que o Edson está a roubar. Olha bem dentro do calção dele! -- de fato, o menino Edson entrava e punha duas Seleções na cueca para ler em casa e trazer depois. Sempre fui louco com a leitura! Acho que sou traça de biblioteca, não é mesmo?
Divinópolis, 21.06.09