A MORTE PARA COMEMORAR A VIDA!
Dia após dia, os noticiários do mundo nos trazem notícias de mortes através da violência física (pessoal ou não), violência com uma nação, não só na garantia de sua soberania, mas até pelo controle de suas riquezas naturais.
Violência da natureza, sinais de seu pulsar de vida e do descaso que ela sofre. E todas vêm com nomes próprios: catástrofes, crimes hediondos, corrupção, poderio econômico, fúria da natureza.
As mídias exploram os dramas do cotidiano, de acordo com o perfil de seu público, porém ninguém escapa da violência que nos assola.
Tentamos a todo modo sair do lugar comum que a brutalidade dos nossos dias nos acomete, imaginando que podemos mesmo estar fora de toda essa loucura.
Afinal nossas casas estão protegidas com grades de segurança e uma série de dispositivos eletrônicos que acusam o mínimo movimento. Os nossos aparelhos de TV estão munidos de controle remoto, o que nos possibilita ficar longe de toda essa balburdia. Nossos filhos trancafiados em condomínios cada dia mais caros e completos, para nossa total segurança.
Mas estamos mesmo protegidos? Estamos falando a mesma linguagem de toda uma população?
Parece que hoje, as classes econômicas deixaram de existir enquanto classificação de A, B, C. Deveríamos ser hoje classificados como mais ou menos propensos à violência.
Aqueles que vivem na periferia, de maneira geral são os que mais pacificamente convivem com a violência. Parece até mesmo uma utopia. Mas a morte, a doença, a falta de saneamento, enchentes, desmoronamentos, incêndios são lugar comum no seu cotidiano.
As classes mais privilegiadas, não vivem a mesma realidade e só se deparam com ela através da mídia. E quando assoladas por essa violência tem todo um aparato jurídico para que possam ser ressarcidas.
E é exatamente ai que mora o maior erro de nossa sociedade. Porque a violência é como uma praga... Uma vez instalada há que se ter o remédio para combatê-la. Não basta a proteção individual de cada núcleo familiar. É necessária a união das comunidades como um todo.
As gangues, as máfias só crescem e se tornam fortes a cada dia, exatamente por essa união. Por saberem que tem que se sacrificar uma parte de seus ganhos, para o crescimento de suas ações.
E nós o que fazemos? Apenas pequenas discussões que terminam apontando como culpado os órgãos governamentais. Mas nem na hora de votarmos, nos preocupamos se o candidato escolhido é mesmo alguém que irá falar em nome do povo, ou se já tem em seu currículo algum trabalho que o identifique como o candidato mais adequado.
Enquanto nós, sociedade não aprendermos a unir nossas forças para melhoria não somente da nossa segurança diária, mas da segurança do Estado, do planeta Terra, tentando melhorar a vida de nossos filhos, continuaremos a ser alvo de toda sorte de violência.
E as gangues de rua se tornarão os futuros PCCs. A falta de verbas dos órgãos públicos, oriundas não só do desvio delas, mas também pela sonegação de impostos que diariamente fazemos, ira gerar a falta de armamento na nossa defesa. Os lixos, que displicentemente jogamos na rua, entupirão os esgotos, desviará córregos, transbordará e poluirá os rios que nos abastecem de água. O desmatamento gerará desequilíbrio naquele habitat, que por sua vez nos trará mudança de temperatura, solo pobre, rachaduras no solo, diminuindo o espaço físico de nossa sobrevivência.
O mundo é uma grande teia de aranha. A cada atitude tomada por um individuo, todos nós sofreremos. E se queremos mesmo melhorar o nosso nível de vida, devemos começar com as pequenas atitudes.
A educação dos nossos filhos, ensinando-os a preservar nosso planeta, à responsabilidade de dar destino certo a cada lixo produzido, desde um simples resto alimentar às problemáticas baterias de celulares.
A não sonegação dos impostos, mesmo sabendo que hoje temos um sistema corrupto, porque cabe a nos mais essa responsabilidade, de mudarmos o perfil de nossos governantes, pelo voto consciente.
A união de forças comunitárias, para melhor se equipar a polícia, traçar ações conjuntas para que um vizinho proteja o outro, através de ações simples como a comunicação via telefone, códigos de lâmpadas, enfim, da melhor maneira que puderem fazer.
A união de forças políticas, através de debates, fóruns, delegações junto aos órgãos públicos, para que se mude o código civil, tão defasado e tão esquecido nas gavetas que o administram.
Vamos parar de fugir do noticiário. Vamos parar de fugir na nossa realidade! Não podemos ser acuados pela violência. Não podemos fugir da morte que nos cerca a todo instante.
Antes, devemos com a proximidade da morte, comemorar a vida e sabermos que se estamos vivos, podemos mudar essa realidade!