Lula, Collor e Sarney, juntos - o diabo que os carregue!

Lula, Collor e Sarney, juntos - o diabo que os carregue!

(Lula, Collor, Sarney, Senado Federal, nepostismo, tanka, haicai, impunidade, crônica, Goiânia, GYN)

ajustados, vão

Lula, Collor e Sarney

montados num jegue

que a história os julgue

e o diabo que os carregue

Alguém já disse que o Brasil é o país dos contrastes. Na minha opinião, disse pouco: o Brasil é mais que isso: é um país de contrastes, de desatinos e, conveniências.

De fato, na história deste do Brasil, em vários momentos se pode verificar a articulação entre o que é mais arcaico com aquilo que é mais moderno - um exemplo: a manutenção de populações inteiras no estágio de silvícolas - coletores de sementes e, frutos, com a produção destinada às lojas burguesas de São Paulo, Rio e o mercado internacional, via cabresto das ONGs.

No caso do mundo político, esse arcaísmo é notório, posto que oportunista e, pontual.

Neste momento, para surpresa do historiador de coragem, se articulam no poder o arcaísmo do sindicalismo, com o arcaísmo do poder patriarcal e o arcaísmo de setores teoricamente ligados ao liberalismo, isto é, as forças políticas comandadas por Lula, Sarney e Collor, em Brasília.

É claro que isso nunca dá em algo que preste…

…O Brasil é o lugar onde o movimento de sem-terras e os latifundiários se aliam no fundão das matas, numa simbiose estranha: em troca de vantagens e víveres o cordão de propriedades dos assentados disfarça e dá guarida ao latifúndio rombudo (enquanto a elite do movimento vai se enterrando mais e mais no luxo proporcionado pelo dinheiro público captado justamente na capital Federal). É o que ocorre atualmente em muitos pontos do Mato Grosso e, no Pará (onde um dia será revelada a história de um moço de sorte, que virou latifundiário na passe de mágica bancária)…

Se alguém espera que venha uma solução para o nosso impasse histórico, isto é, de romper com o passado e, prosseguir no movimento de modernização política e econômica do país, que não espere deste grupo de políticos, porque o que propõem Lula, Sarney e Collor é que o país fique mais ou menos como está - onde cada um dos grupos podem ocupar e homogenizar o poder, em suas esferas próprias, sem atropelos ou impedimentos.

Assim, propostas de modernização só pode mesmo surgir de contingentes sociais desvinculados desse arranjo, que estão localizados, evidentemente, nos conglomerados urbanos.

Mas, a viabilização de tal projeto político depende francamente de partidos com paixão e vontade de disputar e ocupar o poder político. E isso anda em falta. A rigor, nem parece haver oposição a esse bloco de poder instituído. Acho mesmo que, nem percepção disso há, nos partidos ditos de oposição.

Ao que parece, esse status e essa articulação política tende a durar, na ocupação do poder.

Daí, que nem dá vontade de assistir mais ao Jornal Nacional, pois é um escândalo atrás do outro. Aliás, me pergunto se esse número avassalador não é uma estratégia pensada, para anestiar o eleitor um pouco mais independente (sim, porque o resto, se compra com bolsa família e coisas assim, pois vagam entre a incertidão e a inconsciência, como diria o bardo gaúcho...).

Impossível deixar passar em branco. Por isso, o tanka abaixo:

ajustados, vão

Lula, Collor e Sarney

montados num jegue

que a história os julgue

e o diabo que os carregue