Cada um com o seu sabonete

Nada como chegar a casa após um longo e exaustivo dia de trabalho, onde honestamente dignifica o salário recebido no fim de cada mês, que muitas vezes (ou sempre), achamos nunca ser o suficiente, depois de ter enfrentado aquele congestionamento monstro, onde o seu carro não passa dos vinte km/h, ou para quem utiliza o transporte público, ter se “gladiado” com outras pessoas em busca de um único espaço, respirando tudo que possa vir exalar da multidão, menos o precioso oxigênio.

Chegar ao doce lar e encontrar a sua bela esposa cumprimentando-a com um delicioso beijo dizendo que estava com saudades, abraçar os filhos adolescentes e perguntar como foi o dia de cada um na escola, as namoradas, e a menorzinha, “a raspinha de tacho”, pegando-a no colo, fazendo o aviãozinho, tirar do pé do calçado apertado e colocar o chinelão, desabotoar a camisa deixando o peito cabeludo a mostra, caminhar pela casa indo até a cozinha e beliscar a janta e depois de tudo isso, por que não aquele banho gostoso? (sempre se lembrando da nossa contribuição com o meio ambiente e a sociedade)

Um banho para aliviar o cansaço, você entra no banheiro tira toda a roupa, vira um “Rei” por alguns minutos, onde sentado no vaso esquece-se da preocupação, e terminado o “serviço”, abre o registro deixando a água escorrer pelo corpo, pega o xampu passa pela careca, e quando você vai usar o sabonete, toma aquele susto e em seguida solta um p... de um palavrão, fica indignado, não acredita no que vê, procura por outro, verifica se não está em outra saboneteira e percebe que “aquele” é o seu, só que com um detalhe, usado por outra pessoa, que sem vergonha nenhuma o deixou cheio de cabelo e pelos.

Não tem cabimento você ir tomar o seu merecido banho e encontrar o seu sabonete usado por outro, mesmo sendo de sua família, uma tremenda falta de respeito, de ética. Como pode o “cara” vir tomar o seu banho e depois de verificar que a sua saboneteira está sem o seu sabonete, com preguiça de pedir outro, pega o primeiro que acha na sua frente? Vocês devem estar pensando: “Que cara chato, implicando com besteira”, tudo bem, pode até ser besteira, mas até você achar o “seu” num estado lastimável, perdido entre cabelos e pelos dos outros.

Sabonete é algo pessoal e intransferível, igual à toalha, cueca, escova de dente, “mulher”, carro, copo de cerveja, nas poucas coisas que podemos ter o prazer da privacidade e dizer que é seu, um é o sabonete, lutemos por esse direito, abaixo aqueles que se servem dos sabonetes dos outros e ainda deixam os seus cabelos e pelos saindo como nada tivesse acontecido, assim como na floresta cada macaco tem o seu galho, no banheiro cada um com o seu sabonete.

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 19/06/2009
Código do texto: T1656111
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