69 - AMARRANDO O BODE EXPIATÓRIO...
AMARRANDO O BODE EXPIATÓRIO...
O Feio, O Preto e o Mau feito.
E lá da Jacutinga ainda não tem história?
Perguntou o Zé dos Reis Martins
Tem sim e são tantas as que estão na lista
Que dividiremos a missão
Com outros contadores de causos
Se quiser, pode chamar de poeta
Aí, também, são muitos.
O poeta e cronista
José Cláudio Adão
Como um bom analista
No seu novo livro narra
“A VIDA DO BEBE...”
Agora já quarentão
É primeiro da lista.
Seguindo vem o editor do
“Jornal Fonte da Pedra”
Marconi de Assis Ferreira,
Harok, Angela Duarte,
Toninhobira e Celina
Agora também descobri
Doce poetisa Lucina.
Todos a narrar
Contar causos e poesia,
Histórias dos homens
De Itabira e de Minas
Cobrindo a trajetória
Do homem em sua glória.
Saindo do Bairro Amazonas
Pela via Avenida Rio Doce
Do Areão já passei, mas,
Não cheguei à travessia da linha,
Contornei a Rotatória e à esquerda virei.
Cumprimentei ao Drummond
Com ligeira reverencia, segui em frente
Como se fosse à Belo Horizonte.
Bem defronte à Funcesi
Virei à direita e segui pela estrada 105
No trecho onde ficava Vila dos empregados
Da Companhia Acesita
Hoje parte da Estrada Real
Por onde seguia as riquezas
De Minas à Parati.
Mas, a história que vou contar
Das muitas que conhecemos
Começa no lá Campestre
Desloca-se ladeira acima
Indo pelas Pitangueiras
Este trecho, mentalmente eu já percorri.
Subi pela “Estrada Seis por cento”
A referência em graus,
Por oportuno esclareço
Era o aclive da estrada.
Outra referencia e Norte
Que ao certo também havia
A Mata de São José,
Que bem perto da Jacutinga
Ficava a meio caminho Do Cauê, a Mina.
Lá a Mecânica de Campo
No enorme galpão de madeira
Onde eram encarregados
Paulo Jacinto e Efigênio Tavares
Alguma coisa já tem...
Vejam só!
É lá de onde se tem notícia
Do rol de brincadeiras...
Na qual alguém acabou se dando mal.
Eis o fato, como se deu.
Amarraram a japona do Messias
É o que acreditavam
Depois que os braços da blusa
Bem amarrados ficaram
Puxado e retificado o nó
Por dois marmanjos brincalhões
Sem nenhuma pena e dó
Dentro das mangas passaram graxa bem preta
E pelo tamanho da blusa
Imaginavam os matreiros...
“Hoje o Memé não escapa”
Enganaram-se todos, porém
A dita cuja era do Efigênio Tavares,
Que ficou danado da vida
Tão irado que perdeu a voz
Apurar responsabilidades
Naquela altura do Campeonato
Coisa muito difícil
Pegar alguém para Cristo
Julgaram o mais acertado.
Os responsáveis pela brincadeira
Ficaram ali na encolha
Na hora da onça beber água
E a Juriti cantar ou piar bonito
Falastrão ficou bem mudo
Deixaram o Zé Firmino,
Que naquele episódio
Culpa alguma ele tinha
Pagar o pato solenemente.
O encarregado sentou- lhe o pé no traseiro
Pôs o Zé Pretinho
Bem no olho da rua e ao relento
Para todos servir de exemplo.
Dentre tantos Zés que na época havia
Para servir de pai da joça
E pagar pelo feio ato
Pela trama e pelo mau feito
Para expiar toda culpa
Qualquer Zé Preto serve .