O ENÍGMA

Toup, toup, toup. Pausados e fortes. parecem ser de uma pessoa que tem acima de sessenta quilos. Produzidos possivelmente por uma botina de salto alto, mas não me surpreenderia se fossem de um sapato feminino de salto alto. Não, não era aquele som balofo de um calçado que está folgado no pé mas um som rijo que fica entre o pesado e o suave. Também não tinham aquele impacto propositalmente agressivo.

Deitado em minha cama dou tratos a imaginação. Pela constancia do horário parecem ser de um trabalhador rumo a sua jornada diária. Afastei de inicio a hipotese de ser um caminhante em seu cooper matinal. Não, aquele som não era produzido por um par de tenis, e nem tinha a celeridade exigida por uma caminhada, tinha neles um intolerante fastio ante a ideia de mais uma cruciante jornada.