UMA CRÔNICA QUALQUER
Hoje, eu gostaria de escrever uma crônica. O fato é que não me veio nenhuma idéia do que pretendo falar, apesar de que assunto em nosso país é o que não falta.
O leque de temas e problemas no Brasil é amplo e nos facilita descrevê-los enquanto os escrevemos, mas também nos complica porque, quase sempre, queremos “abraçar o mundo com as pernas”, e “quando muito se quer, pouco se tem”.
É assim comigo e com muitos outros que se atrevem a dar uma de cronista: começamos a escrever sobre algo, de repente não mais é aquilo que queremos falar, pois outro fato nos chamou a atenção. Às vezes, a ideias nem surgem!...
Posso citar o dia de hoje como um bom exemplo ilustrativo do que falei há pouco. Sentei-me diante do computador com uma ideia na cachola e de repente outras surgiram, no entanto, nenhuma delas eu consegui levar adiante. Eu queria ter escrito uma crônica que abordasse um tema não muito específico, mas que prendesse a atenção do leitor.
Primeiro pensei em escrever sobre a estreia do Brasil na Copa das Confederações, mas como não sou cronista esportivo, deixei essa ideia de lado. Depois, tentei enveredar na direção do Voo 477, do Airbus 330 da Air France; achei muito sensacionalismo para um assunto já tão discutido, questionado e longe de ser resolvido. Em seguida, comecei a rascunhar algo a respeito do Subprocurador Geral do GDF, envolvido num acidente de trânsito no último final de semana; também não o levei adiante por achar que minhas palavras a nada levariam. Já no desespero, tentei arriscar alguns vocábulos sobre as eleições do Irã, e mais uma vez abortei a ideia, pois pouquíssimo sei sobre aquele país. Enfim, resolvi falar sobre as sensações libidinosas que se apossam de nós quando sentimos um perfume feminino de aroma afrodisíaco, porém, não me lembrei de como são essas sensações tampouco o motivo do meu esquecimento. Resultado: não tive sobre o que escrever, o que resultou neste texto insosso.
Hoje, eu gostaria de ter escrito algumas linhas; um texto, por mais simples que fosse, ou seja, eu gostaria de ter escrito uma crônica qualquer.