Pintando o sete
Salpiquei o universo com as cores do arco-íris, avivando a fé e a esperança.
Nas paredes desbotadas, joguei rajadas de alegria com uma pitada de nostalgia, dancei na ponta dos pés, empinei pipa e corri atrás do vento, comi pipoca sentada no sofá novo da sala, me lambuzei de chocolate, sorri na frente do espelho com os dentes todos manchados, virei o mundo de pernas para o ar,
E não fui capaz de voltar atrás!
Gostei do que vi, me diverti, falando bobagens.
Reguei flores com ternura, roubei um beijo e descobri a graça de viver, fui criança um pouco, larguei o fardo que carregavam, fechei a porta do egoísmo, corri para o abraço...
Soltei os braços, deixei que a humildade fizesse morada no meu lugar, despi de mim mesma, deixei a tristeza para quem quiser e se Deus quiser, há de ninguém querer!
Dormi abraçada no travesseiro, contando estrelas até pegar carona em um cometa...
Tchau mundo cruel, voltei aos tempos de criança, onde fazia festança, rolando na grama molhada, soltava bolhas de sabão e não encontrava razão para ser infeliz.
Mostrei a língua para as tristezas, contas á pagar e para o mau humor do meu visinho, e dai, está preocupado?
-Coitado!
Vai ser feliz!
Cuido eu do meu nariz... Lambuzado... (risos)!
Rabisquei todos os versos sem nexo que pude, fazendo caras e bocas, contando histórias, brincando de roda, cantando cantigas batendo palmas, dos livros de memórias, revivi cada momento e pintando o sete fui feliz.
Escrito
29.05.2006
Por Águida Hettwer