Procurando um chapéu para a viagem
Edson Gonçalves Ferreira
Vou visitar a Terrinha de onde vieram os meus avós e, por isso, estou dormindo, dormindo, dormindo... Não sei se vou ter tempo lá de dormir. O saci-perêrê e o Pinóquio dizem que não. A Cuca queria fazer um mingau para eu me nutrir mais. A Emília está dizendo que já houve exposição, homenagem, aniversário e, então, preciso tomar muito mingau de fubá para aguentar o rojão. Chamei a Rainha de Copas para cortar a cabeça dela.
Agora, quando a data se aproxima, fico doidinho para chegar lá e abraçar a Malu e o Miguel, o Zé Albano, a Susana Custódio, o Henricabílio, a Alexa, a Isabel, o Joakin, o Eugênio, a Dulcinéia... _ Chega de citar nomes! -- É a voz de Narizinho. _ Você vai citar os portugueses todos! Camões vai ressuscitar assim! Dei uma olhada de banda nela e, depois, retruquei: _ Foi bom você interromper, porque não tantas os poetas que espero ver que não dá para citar todos os nomes.
De repente, escuto um barulhão. Olho para trás e o Peter Pan errou ao entrar pela sacada e deu com a cara no vidro que estava limpinho. A Nenem limpou direitinho. _ Machuquei meu rosto! -- retrucou ele. __ É excesso de juventude, menino! - respondi. _ Só se for seu, porque você não pára quieto, poeta! Eu também viajarei junto.
Na mesma hora, falei: _Cruz credo, Ave Maria, se vocês todos forem, vão azucrinar a nossa vida lá!
_ A mala está pronta? - perguntou a Emília. _ Nâo, ainda estou pensando como arrumá-la. _ Vai levar presentes? _ É claro!... _ Vai trazer presentes para nós? _ Eu não, não sou rico. A moeda lá é Euro! Trarei presentes só para minha família. _ Por isso que acho que você é chato, poeta, tem que trazer alguma coisa para nós.
_ Posso trazer milhões de beijos e de abraços e as bençãos da Senhora de Fátima. _ Já melhorou, poeta -- retrucou a Emília -- já melhorou!...
Quando acabei de falar, escutei uma risada. Era o gato de Alice, sorrinho maroto, mais enigmático que a Monalisa, parecia dizer: _ Vocês terão que dar notícia no Recanto de tudo o quanto fizerem lá. Como eu estou de cachecol vermelho, daqueles longos, joguei uma parte para cima e dei uma olhada de desprezo em todos eles e disse: _ Meu coração está todo voltado para a minha viagem ao encontro dos meus adoráveis amigos, só preciso arrumar um chapéu para a viagem.
Divinópolis, 16.06.09
Edson Gonçalves Ferreira
Vou visitar a Terrinha de onde vieram os meus avós e, por isso, estou dormindo, dormindo, dormindo... Não sei se vou ter tempo lá de dormir. O saci-perêrê e o Pinóquio dizem que não. A Cuca queria fazer um mingau para eu me nutrir mais. A Emília está dizendo que já houve exposição, homenagem, aniversário e, então, preciso tomar muito mingau de fubá para aguentar o rojão. Chamei a Rainha de Copas para cortar a cabeça dela.
Agora, quando a data se aproxima, fico doidinho para chegar lá e abraçar a Malu e o Miguel, o Zé Albano, a Susana Custódio, o Henricabílio, a Alexa, a Isabel, o Joakin, o Eugênio, a Dulcinéia... _ Chega de citar nomes! -- É a voz de Narizinho. _ Você vai citar os portugueses todos! Camões vai ressuscitar assim! Dei uma olhada de banda nela e, depois, retruquei: _ Foi bom você interromper, porque não tantas os poetas que espero ver que não dá para citar todos os nomes.
De repente, escuto um barulhão. Olho para trás e o Peter Pan errou ao entrar pela sacada e deu com a cara no vidro que estava limpinho. A Nenem limpou direitinho. _ Machuquei meu rosto! -- retrucou ele. __ É excesso de juventude, menino! - respondi. _ Só se for seu, porque você não pára quieto, poeta! Eu também viajarei junto.
Na mesma hora, falei: _Cruz credo, Ave Maria, se vocês todos forem, vão azucrinar a nossa vida lá!
_ A mala está pronta? - perguntou a Emília. _ Nâo, ainda estou pensando como arrumá-la. _ Vai levar presentes? _ É claro!... _ Vai trazer presentes para nós? _ Eu não, não sou rico. A moeda lá é Euro! Trarei presentes só para minha família. _ Por isso que acho que você é chato, poeta, tem que trazer alguma coisa para nós.
_ Posso trazer milhões de beijos e de abraços e as bençãos da Senhora de Fátima. _ Já melhorou, poeta -- retrucou a Emília -- já melhorou!...
Quando acabei de falar, escutei uma risada. Era o gato de Alice, sorrinho maroto, mais enigmático que a Monalisa, parecia dizer: _ Vocês terão que dar notícia no Recanto de tudo o quanto fizerem lá. Como eu estou de cachecol vermelho, daqueles longos, joguei uma parte para cima e dei uma olhada de desprezo em todos eles e disse: _ Meu coração está todo voltado para a minha viagem ao encontro dos meus adoráveis amigos, só preciso arrumar um chapéu para a viagem.
Divinópolis, 16.06.09