UMA ESCOLA CRIATIVA DIZ MENOS “NÃO” ("EDUCAR NÃO É CORTAR AS ASAS, E SIM ORIENTAR O VOO.!!!" – Madre Maria Eugênia)
Por Claudeci Ferreira de Andrade
Ontem vi um cartaz na Escola Senador Canedo dizendo: “é proibido mini-saia e micro-saia” [sic]. Apesar da escrita não está nos padrões do acordo ortográfico, mas ficou extremamente claro o recado taxativo. Infelizmente eu não sei qual a diferença entre os dois tipos de saia e creio que muitos não saibam, porém o importante aqui é a intenção proibitória, objetivando tornar o ambiente escolar “respeitoso” e “moralista”. Esse não seria exatamente o tipo de cartaz aconselhável a colocar em escola alguma, nem de brincadeira! sobretudo, o apelo fora feito e eles devem ter seus motivos plausíveis. Até porque, tem quem goste.
Assim falando, talvez não vão me entender facilmente, mas, tenho em mente, sobre o assunto, pensamentos valiosos. Parece ser verdade nesse caso, de alguém está tentando impedir a manifestação de autoestima das adolescentes. E são tantas vez impedidas de revelar, expor, evidenciar o mais precioso e cobiçado delas: um corpo jovem e bem delineado; esse cortar de asas, só as faz acreditar não ter valor aos olhos dos outros. Sentem-se tão sem identidade, por isso tentam através das vestimentas “míni” uma busca de reconhecimento. As escolas deveriam trabalhar mais com o “sim” e menos com o “não”. Dizer sim ao intelectual dessas meninas ao invés de dizer não às suas manifestações do vazio interior. Assim, com tanto "não", elas passam o tempo todo, procurando driblar as circunstâncias, debatendo-se para decidir o que vestir, enquanto deveriam estar decidindo qual atividade escolar fazer primeiro.
Todo trabalho da escola deveria ser construir ou restaurar o verdadeiro senso de valor e dignidade nos jovens, não estou querendo dizer que é papel da escola incentivar elas andarem peladas, mas dá prioridade ao amor acolhedor, ensinar o caminho da intelectualidade, como usufruir das relações saudáveis, e andar sabiamente. Quem sabe assim, elas cheguem a conclusão sobre expor mais roupagem e menos corpo nu? Sem pressão! "EDUCAR NÃO É CORTAR AS ASAS, E SIM ORIENTAR O VOO.!!!" – Madre Maria Eugênia
A escola é a comunhão da cultura de todos os lares ali representados, e ela existe com a finalidade de preparar academicamente o indivíduo e devolver um técnico à sociedade. Formar cidadão para vida é discurso irresponsável de quem não consegue fazer nem uma coisa e nem a outra, educar para a vida é responsabilidade da família, com seus princípios culturais. Talvez a escola pública é o que é, por está sobrecarregada com a dupla função, tomou as responsabilidades da família e não faz bem nem uma coisa nem a outra. Mas, ela deveria, pelo menos, restaurar a autoestima dos jovens que ela mesma destruiu, pois não sabem ler nem escrever, não passam em concursos concorridos, desempregados e com outras deficiências acadêmicas, procuram nas bijuterias e na nudez a admiração social. A Prova Brasil e a Saeb pegaram as escolas públicas goianas de “calça curta”, ou melhor, de minissaia, porque o foco educacional tem sido outro: nas escolar, preocupam-se em proibir o uso do boné, saia curta, camiseta de time, óculos escuros, aparelho celular. Aliás, uma escola que proíbe o uso do aparelho celular em sala de aula não tem futuro, pois "Escola de ensino fundamental na China. O uso de notebooks já é realidade em sala de aula desde a mais tenra infância" (http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=7429) (10/04/2016). Conheço duas professoras que usam didaticamente o aparelho celular, uma de matemática incentiva o manuseio da calculadora do aparelho, a outra de sociologia criou a “colinha educativa”, permitindo que os alunos escrevam no celular. Uma escola criativa diz menos “não”. “E o celular é isso, é uma forma de transmitir conhecimento. Claro que algumas escolas proíbem-no porque não sabem o que fazer com o aparelho.” – Nathalia Goulart ( http://preparandoredacao.blogspot.com/ ) - acessado em 15/04/2016.
Adotar e fornecer um uniforme constitui-se um filtro sutil, resolvendo, pelo menos, que os ranços domésticos, nesse assunto de vestimentas, interfiram na escola. Termino com as palavras da psicóloga Élide Camargo Signorelli: “uma verdadeira preparação para a vida reservaria lugar para certo despreparo no sentido de se estar aberto para o desconhecido e para os mistérios”. Computadores serão professores no futuro.