BLOOMSDAY.
Eu tinha uns vinte anos quando me interessei pelo escritor irlandês James Joyce e me senti absurdamente frustrada quando me disseram que havia um curso ótimo para quem quisesse ler Ulisses, obra maior do autor.
A leitura sempre significou um prazer ao meu alcance, então me assustei com um escritor que exigiria de mim um esforço tão grande para entendê-lo.
Ulisses virou um tabu. Não o li. Contentei-me em ver filmes sobre a Dublin da época de Joyce e em ler alguma coisa sobre o autor do romance que ganhou um dia só para ele.
Hoje, 16 de junho, se comemora o Bloomsday.
Talvez eu esteja perdendo a melhor obra literária já escrita.
Talvez tenham dado a James Joyce uma aura elitista e eu não seja mesmo dessa turma.
Talvez eu ainda leia Ulisses, mas hoje apenas registro a data e imagino a odisséia de Leopold Bloom, o Ulisses da era moderna, pelas ruas de Dublin.