27 - CONFISSÕES ETÍLICAS
Frustrações de adolescentes
O nome do bar era “Donato”. Não era “do Nato” nem nada parecido. Era “Bar Donato”, local onde a galera também gostava de se reunir.
Nunca soube o motivo deste nome uma vez que seu proprietário se chamava Eduardo. Mas, como dizia o Nonô Maluco, o que menos interessa é o nome do danado do bar. Mesmo em tom de galhofa Tião da Farmácia retrucava: “não é danado, Nonô é Donato”.
Neste bar o que interessava era a cerveja e sim, bem gelada, de acordo com a preferência de uns poucos. Refrigerantes e sucos para a maioria dos jovens e sempre acompanhavam o piau, os lambaris fritos e a traíra sem espinha com salada de tomate, alface, azeitonas, palmitos e batatas fritas. Para quem gostasse, também havia uma pinga da boa.
Era local para contar as desilusões e desventuras amorosas.
As inconfessáveis paixões de adolescentes iam tomando corpo, ganhando espaços. Por vezes, debruçado sobre a mesa lá no fundo do bar alguém, ouvindo as baladas românticas do Roberto Carlos, ou as músicas do Anísio Silva e Altemar Dutra que cantavam lindos boleros e samba-canção na moderníssima vitrola estereofônica.
Não conseguindo mais se segurar alguém deixava escapar o motivo da sua mágoa e tristeza, “aquela malvada não me ama”! E concluía que nem precisava ser amor daqueles grandes não, bastava um tiquinho de atenção deste tamanhozinho aqui, sinalizando com dois dedos já fazia sinal para o garçom. Bota mais uma!
Assim nós ficávamos inteirados das loucas paixões. Sim porque algumas paixões eram como histórias do sapo e a lua. Havia tanta chance deste ou daquele romance acontecer quanto às chances do time do Valériodoce ser bicampeão mineiro ganhando uma final de quadrangular do Cruzeiro e outra do Atlético.
Mas, em se tratando de romances ou amores impossíveis nesta parte da nossa história, o pior do perder a musa para outro colega de time e de bairro, era perder para alguém que viesse do Pará ou de qualquer outro lugar!
As provocações eram difíceis de suportar, a mágoa e a vontade de esganar o pretendente ou já namorado da garota dos seus sonhos, mais a gozação dos colegas faziam o cara arrepender-se de ter se revelado, ainda que fosse à mesa de um bar.
Alguns conseguiam se superar, já outros, amarravam um bode por longos períodos e aí... Tome revelação e tome porre.
As histórias se sucediam: Tinha a história do chutado, a do trocado por um descasado, etc. Quase sempre sem que o infeliz jamais desconfiasse que o pé na bunda estivesse próximo, e tinha mais, aquele que saiu da casa da namorada e esqueceu a carteirinha de sócio do Valério.
Voltando para buscar a carteira, encontrou sua namorada no segundo turno com outro. “Ela” que sempre dizia para ele ir embora mais cedo, pois seu pai não gostava que ela ficasse namorando até mais tarde, além do mais ele tinha que trabalhar no dia seguinte, portanto, teria que se levantar cedo.
Havia aqui uma família que tinhas cinco ou seis moças todas lindas. “As mais bonitas do bairro”. Se procurássemos à luz de lanternas, farol de automóvel ou artifício qualquer, ou como o filósofo grego que à luz de velas quando procurava por um homem honesto, não encontraríamos beleza igual.
Disputadíssimas por todos, até poderia ser, só no olhar: Cerca alta, cão feroz, pai atento. A mãe das beldades, além de brava tinha olhar de águia: Não poderia haver combinação pior! Se pressentisse aproximação, dizia em alto e bom tom: – Sai fora, no meu quintal você não cisca, não estou criando filhas para nenhum frango índio do pé-preto!
Nesta altura da história cada um já se identificou com um fato do qual fora protagonista ou mesmo vítima. Quando a rejeição não era da mocinha, com certeza era da família. Motivos os mais diversos, como diríamos agora, cada um no seu quadrado, cada um no seu quadrado! Mas, preste bem atenção, de amor ou desamor ninguém morreu, para um desamor, nada melhor que um novo amor.
Os porres ficaram como lembrança de uma época, para aqueles que bebiam, para outros, no máximo uma longa ressaca amorosa, ou ligeira frustração. “Agora quando nós nos encontramos por aí, nesta louca vida agitada, sempre dá para rir daqueles momentos que eram de chorar, rindo das frustrações de um tempo de adolescente”.
Deixe ou não sua mulher saber que ela é a segunda, terceira ou quarta, em uma lista de uma dezena de namoradas, mesmo se não for verdade... Embora não seja um segredo de estado, assim, você pode tirar um sarro!
Se a vida lhe parece uma novela, com seus dramas, frustrações, alegrias e ilusões. Como a vida imita a arte, nesta sua novela você escolhe o final.
Frustrações de adolescentes
O nome do bar era “Donato”. Não era “do Nato” nem nada parecido. Era “Bar Donato”, local onde a galera também gostava de se reunir.
Nunca soube o motivo deste nome uma vez que seu proprietário se chamava Eduardo. Mas, como dizia o Nonô Maluco, o que menos interessa é o nome do danado do bar. Mesmo em tom de galhofa Tião da Farmácia retrucava: “não é danado, Nonô é Donato”.
Neste bar o que interessava era a cerveja e sim, bem gelada, de acordo com a preferência de uns poucos. Refrigerantes e sucos para a maioria dos jovens e sempre acompanhavam o piau, os lambaris fritos e a traíra sem espinha com salada de tomate, alface, azeitonas, palmitos e batatas fritas. Para quem gostasse, também havia uma pinga da boa.
Era local para contar as desilusões e desventuras amorosas.
As inconfessáveis paixões de adolescentes iam tomando corpo, ganhando espaços. Por vezes, debruçado sobre a mesa lá no fundo do bar alguém, ouvindo as baladas românticas do Roberto Carlos, ou as músicas do Anísio Silva e Altemar Dutra que cantavam lindos boleros e samba-canção na moderníssima vitrola estereofônica.
Não conseguindo mais se segurar alguém deixava escapar o motivo da sua mágoa e tristeza, “aquela malvada não me ama”! E concluía que nem precisava ser amor daqueles grandes não, bastava um tiquinho de atenção deste tamanhozinho aqui, sinalizando com dois dedos já fazia sinal para o garçom. Bota mais uma!
Assim nós ficávamos inteirados das loucas paixões. Sim porque algumas paixões eram como histórias do sapo e a lua. Havia tanta chance deste ou daquele romance acontecer quanto às chances do time do Valériodoce ser bicampeão mineiro ganhando uma final de quadrangular do Cruzeiro e outra do Atlético.
Mas, em se tratando de romances ou amores impossíveis nesta parte da nossa história, o pior do perder a musa para outro colega de time e de bairro, era perder para alguém que viesse do Pará ou de qualquer outro lugar!
As provocações eram difíceis de suportar, a mágoa e a vontade de esganar o pretendente ou já namorado da garota dos seus sonhos, mais a gozação dos colegas faziam o cara arrepender-se de ter se revelado, ainda que fosse à mesa de um bar.
Alguns conseguiam se superar, já outros, amarravam um bode por longos períodos e aí... Tome revelação e tome porre.
As histórias se sucediam: Tinha a história do chutado, a do trocado por um descasado, etc. Quase sempre sem que o infeliz jamais desconfiasse que o pé na bunda estivesse próximo, e tinha mais, aquele que saiu da casa da namorada e esqueceu a carteirinha de sócio do Valério.
Voltando para buscar a carteira, encontrou sua namorada no segundo turno com outro. “Ela” que sempre dizia para ele ir embora mais cedo, pois seu pai não gostava que ela ficasse namorando até mais tarde, além do mais ele tinha que trabalhar no dia seguinte, portanto, teria que se levantar cedo.
Havia aqui uma família que tinhas cinco ou seis moças todas lindas. “As mais bonitas do bairro”. Se procurássemos à luz de lanternas, farol de automóvel ou artifício qualquer, ou como o filósofo grego que à luz de velas quando procurava por um homem honesto, não encontraríamos beleza igual.
Disputadíssimas por todos, até poderia ser, só no olhar: Cerca alta, cão feroz, pai atento. A mãe das beldades, além de brava tinha olhar de águia: Não poderia haver combinação pior! Se pressentisse aproximação, dizia em alto e bom tom: – Sai fora, no meu quintal você não cisca, não estou criando filhas para nenhum frango índio do pé-preto!
Nesta altura da história cada um já se identificou com um fato do qual fora protagonista ou mesmo vítima. Quando a rejeição não era da mocinha, com certeza era da família. Motivos os mais diversos, como diríamos agora, cada um no seu quadrado, cada um no seu quadrado! Mas, preste bem atenção, de amor ou desamor ninguém morreu, para um desamor, nada melhor que um novo amor.
Os porres ficaram como lembrança de uma época, para aqueles que bebiam, para outros, no máximo uma longa ressaca amorosa, ou ligeira frustração. “Agora quando nós nos encontramos por aí, nesta louca vida agitada, sempre dá para rir daqueles momentos que eram de chorar, rindo das frustrações de um tempo de adolescente”.
Deixe ou não sua mulher saber que ela é a segunda, terceira ou quarta, em uma lista de uma dezena de namoradas, mesmo se não for verdade... Embora não seja um segredo de estado, assim, você pode tirar um sarro!
Se a vida lhe parece uma novela, com seus dramas, frustrações, alegrias e ilusões. Como a vida imita a arte, nesta sua novela você escolhe o final.