"EU" PEQUENO -VS- "EU" GRANDE
É interessante como a cada ano que passa sempre estou confrontado com uma nova sentença, que serve algumas vezes para guiar, moldar ou até mesmo subverter meus pensamentos, minhas prioridades, meu comportamento, enfim, meu estilo de vida.
Nessa nova jornada que se inicia, um pensamento me sobreveio, apontando diretamente para uma questão que sempre ficou em pauta, todas as vezes que completei aniversario durante os últimos dez anos: meu senso de identidade.
Quem sou eu realmente? Quem ou o que me influencia a ser, ou a querer ser diferente de todos e que por fim, venho a ser igual a todos? O que faz com que eu às vezes tenha uma inclinação de sentir-me diferente, mergulhando em um poço de arrogância, afastando-me dos demais, achando que por ser “diferente” mereça mais afeição que os outros? O que me faz achar que deva diminuir algumas pessoas para aliviar minhas frustrações? Esse é o primeiro ponto.
Da mesma forma o contrário, o que ou quem me faz levantar todas as manhãs procurando fazer sempre o bem, sendo uma pessoa respeitável, empenhando-me a ser uma pessoa cada vez melhor, preocupando-me com as indiferenças sociais, com os maus-tratos a crianças e mulheres, em como ajudar meu próximo verdadeiramente, com o meio ambiente, com o aquecimento global, etc. Esse é o segundo ponto.
E é nesse contexto tumultuoso que se inicia um conflito entre esses dois pontos dentro de mim. Sim, um sobre ponto entre o “EU” pequeno, que acha as circunstâncias da vida extremamente desonesta no que diz respeito a sua posição perante a sociedade, achando-se melhor ou mais merecedor da credibilidade de todos que o cercam, e o “EU” grande, que entende que a vida é feita de altos e baixos, que seus interesses devem estar associados a um propósito comum, que venha a contribuir com o meio em que vive, preocupado em ser uma pessoa melhor tanto para os que o rodeiam como para si memo.
Nesse novo ano que se inicia para mim, resolvi adotar uma postura diferente, esse conflito que existe entre os dois “EU” sempre vai acontecer devido a fatores que contribuem para isso, como cultural, familiar e toda a formação da personalidade referente a cada pessoa.
E como um novo ano começa vou renovar-me, diferenciando-me do “EU” pequeno, onde vejo apenas um ser ferido e mesquinho amargurado pela vida que acredita ser a real, mais que é completamente ilusória, e vou manifestar o grande “EU”, que não é outra coisa se não a alegria de poder ajudar alguém com aquilo que faz de melhor seja ela a atividade que for, conhecendo-me cada vez mais, aprendendo sempre com todos com quem interajo, identificando minha real identidade, que é ser parte contribuinte para a melhora do todo, que vai sendo transformado a cada ano que passa.