Anjos castrados
A Igreja de São Francisco, em Salvador, é o que de mais belo existe no roteiro turístico religioso da capital baiana. Esse monumental templo seráfico ocupa um espaço privilegiado no Centro Histórico da primeira capital do Brasil.
Chegando no Terreiro de Jesus, o turista o encontrará imponente, convidativo, acolhedor.
De estilo barroco, a Igreja franciscana de Salvador, no Terreiro, é conhecida no mundo todo como a igreja de ouro. Isso porque, entre 900 a 1.000 quilos de ouro em pó foram utilizados no douramento do seu interior. Já pode o leitor imaginar quão bela ela é.
Nunca é demais lembrar, que os primeiros franciscanos chegaram em Salvador (eu disse em Salvador) no ano de 1587, trazidos por Dom Antônio Barreiros, bispo da Bahia.
Antes, sete frades - Gaspar, Francisco da Cruz, Simão de Guimarães Luis do Salvador Pedro Neto João da Vitória e Maseu -, liderados por frei Henrique de Coimbra, passaram por Porto Seguro. Faziam parte da esquadra de Pedro Álvares Cabral; e com o almirante seguiram para a Índia.
Embora seja do conhecimento de muitos, recordo que a atual Igreja de São Francisco teve sua construção iniciada em 1708. Somente em 1723 foi dada como definitivamente construída. Desde então, passou a ser a maior atração turística da Bahia que é de todos os santos e de dezenas igrejas.
No interior da igreja de São Francisco, além dos azulejos portugueses, de incomparável beleza e de marcante significado, encontra-se a imagem de São Pedro de Alcântara (1790-1793) "com - asseguram os entendidos - uma das expressões faciais de sofrimento mais realista de que se tem conhecimento na imaginária brasileira".
Por ela, Dom Pedro II se apaixonou quando, em 1859, visitou Salvador. E só não a levou para a Corte porque o povo baiano não deixou.
Por tudo isso, os baianos que, preservam a cultura de sua terra, receberam, com inenarrável alegria, a notícia de que a Igreja de São Francisco do Terreiro de Jesus, no maltratado Cengtro Hístorico de Salvador, acaba de ser considerada uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo.
Disse em outras crônicas, que, nos idos de 1958, morei três meses no Convento de São Francisco, uma extensão da igreja.
Os motivos que me levaram a morar no inigualável cenóbio seráfico são de pouca relevância. A isso só me refiro para deixar claro o porquê da minha admiração pelo santuário baino dos frades menores de Salvador. Ainda o visito com frequência.
A igreja de São Francisco tem dezenas de anjinhos a decorá-la. Na versão original, eles tinham seus órgãos genitais literalmente expostos.
Até que - faz muitas décadas - um guardião do Convento, movido por exagerado puritanismo, mandou castrá-los. E para esconder a criminosa amputação, foram colocados "saiotes de pano, descaracterizando grosseiramente as esculturas", dizem os historiadores.
Esse crime só foi descoberto por volta de 1992 por equipes de restauradores. Os saiotes foram retirados. Mas os técnicos em restauração optaram por deixar os anjinhos castrados; não providenciaram a restauração de seus órgão sexuais. No que concordo plenamente.
Ficou registrado para sempre o ato de indiscutível intolerância praticado por aquele Superior do Convento e responsável pela igreja seráfica do Terreiro de Jesus, em Salvador, capando os anjinhos.
Aliás, coisa semelhante aconteceu, em 1550, quando o Papa Paulo IV mandou ocultar os nus de Michelângelo, pintados na Capela Sistina!
A Igreja de São Francisco, em Salvador, é o que de mais belo existe no roteiro turístico religioso da capital baiana. Esse monumental templo seráfico ocupa um espaço privilegiado no Centro Histórico da primeira capital do Brasil.
Chegando no Terreiro de Jesus, o turista o encontrará imponente, convidativo, acolhedor.
De estilo barroco, a Igreja franciscana de Salvador, no Terreiro, é conhecida no mundo todo como a igreja de ouro. Isso porque, entre 900 a 1.000 quilos de ouro em pó foram utilizados no douramento do seu interior. Já pode o leitor imaginar quão bela ela é.
Nunca é demais lembrar, que os primeiros franciscanos chegaram em Salvador (eu disse em Salvador) no ano de 1587, trazidos por Dom Antônio Barreiros, bispo da Bahia.
Antes, sete frades - Gaspar, Francisco da Cruz, Simão de Guimarães Luis do Salvador Pedro Neto João da Vitória e Maseu -, liderados por frei Henrique de Coimbra, passaram por Porto Seguro. Faziam parte da esquadra de Pedro Álvares Cabral; e com o almirante seguiram para a Índia.
Embora seja do conhecimento de muitos, recordo que a atual Igreja de São Francisco teve sua construção iniciada em 1708. Somente em 1723 foi dada como definitivamente construída. Desde então, passou a ser a maior atração turística da Bahia que é de todos os santos e de dezenas igrejas.
No interior da igreja de São Francisco, além dos azulejos portugueses, de incomparável beleza e de marcante significado, encontra-se a imagem de São Pedro de Alcântara (1790-1793) "com - asseguram os entendidos - uma das expressões faciais de sofrimento mais realista de que se tem conhecimento na imaginária brasileira".
Por ela, Dom Pedro II se apaixonou quando, em 1859, visitou Salvador. E só não a levou para a Corte porque o povo baiano não deixou.
Por tudo isso, os baianos que, preservam a cultura de sua terra, receberam, com inenarrável alegria, a notícia de que a Igreja de São Francisco do Terreiro de Jesus, no maltratado Cengtro Hístorico de Salvador, acaba de ser considerada uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo.
Disse em outras crônicas, que, nos idos de 1958, morei três meses no Convento de São Francisco, uma extensão da igreja.
Os motivos que me levaram a morar no inigualável cenóbio seráfico são de pouca relevância. A isso só me refiro para deixar claro o porquê da minha admiração pelo santuário baino dos frades menores de Salvador. Ainda o visito com frequência.
A igreja de São Francisco tem dezenas de anjinhos a decorá-la. Na versão original, eles tinham seus órgãos genitais literalmente expostos.
Até que - faz muitas décadas - um guardião do Convento, movido por exagerado puritanismo, mandou castrá-los. E para esconder a criminosa amputação, foram colocados "saiotes de pano, descaracterizando grosseiramente as esculturas", dizem os historiadores.
Esse crime só foi descoberto por volta de 1992 por equipes de restauradores. Os saiotes foram retirados. Mas os técnicos em restauração optaram por deixar os anjinhos castrados; não providenciaram a restauração de seus órgão sexuais. No que concordo plenamente.
Ficou registrado para sempre o ato de indiscutível intolerância praticado por aquele Superior do Convento e responsável pela igreja seráfica do Terreiro de Jesus, em Salvador, capando os anjinhos.
Aliás, coisa semelhante aconteceu, em 1550, quando o Papa Paulo IV mandou ocultar os nus de Michelângelo, pintados na Capela Sistina!