As trapalhadas de Sissy (2)
Pelos comentários à primeira crônica, em que muitos pensaram ser apenas fruto da imaginação, me vi “numa sinuca de beco”, pois isso pareceu à Sissy que suas amigas exageram ao narrar suas trapalhadas com a língua de Camões. “Aproveitando o ganso”, esclareço que a personagem existe e as falas e causos são verdadeiros. Vocês podem não acreditar - nem ela acredita -, mas é fato.
Felizmente é uma moça simples, que não sabe “guardar orgulho”, a tudo perdoa. Tudo que quer, além de um marido rico, é uma casa no campo, com muito verde, mas sem a “luxúria” que aparece nas revistas de arquitetura. Para ajudar na montagem da bela casa irá chamar um conhecido que é marceneiro de “mão-fechada”, ou seja, um excelente profissional da marcenaria. Em sua casa não faltarão atividades esportivas, especialmente aquele esporte com cavalo, o “alpismo”, bem como nós amigas seremos sempre convidadas para um “purpurinho”.
Antes que alguém pense em bobagem, esclareço que a Sissy gosta muito de cantar, pensa que é a encarnação da Elis Regina ou a “gêmea siamensa” da Marisa Monte. Tão modesta... Assim, “purpurinho” não é nada mais que cada convidado cantar um pedacinho das músicas. Mas tudo isso é somente um sonho bom, e como tal deve ser guardado “a quatro chaves”. Só o seu “anjo da graça” saberá lhe atender no momento certo.
Algo invejável a preocupação de Sissy com a saúde. Praticante de corrida se viu com problemas no “ministro do joelho” e teve que parar por uns tempos, por ordem médica, se contentando com caminhadas e cuidando da dieta. Não costuma comer nem mesmo um “negrinho” (como é chamado o docinho “brigadeiro” aqui no Sul), pois um deles já seria uma “explosão demográfica” para o organismo.
Gosta também de conversar sobre astrologia, principalmente quando encontra pessoas “com nível cultural devastador”. Foi assim que, ao descobrir que seu colega era geminiano, definiu as pessoas desse signo como sendo todas “lunáticas”, pois tal como a lua eles têm várias “caricaturas”. E mais: “é preciso ter sangue de jiló” para lidar com pessoas assim. Aqui, esclareço para os amigos portugueses que jiló é um vegetal e a moça quis falar bonito referindo-se ao personagem bíblico Jó, símbolo da paciência. E haja paciência!