UM GRITO... MARIA DA PENHA !
“Certos homens tem o poder de despertar o sentimento de temor nos animais. Eu me pergunto... Por quê?... Porque os animais podem sentir a nossa essência”.
É sob o julgo dessa crueldade velada que sucumbem nuitos de alma sensível. Sim, aqueles que da mesma forma que um animal doméstico que protege a mão que o açoita. Ousa amar sem impor condições e principalmente limites, aquele que esconde sob o véu dos próprios olhos a maldade contida no seu íntimo. Cercando-se de mil argumentos e sempre justificando em outrem a dureza fria de seus atos e palavras. Porém, por mais que esteja escondida aos olhos e corações desatentos. A natureza cruel deixa sempre seu deslize no trato com os animais, pois são indefesos. Entre animais e as pessoas que sofrem abusos há uma diferença: Raramente alguém intercede pelos animais. Não se põe em risco o relacionamento entre amigos ou vizinhos por um animal que na maior parte das vezes não é seu e sim do perverso ou a ninguém pertence. Esse diferencial até poderia ser sempre verdadeiro, mas infelizmente nos dois casos não´é o que observamos. Existem pessoas que são torturadas de forma física, psicologica ou das duas formas simultaneamente. Onde seus algozes são beneficiados pelos nosso olhar indiferente que os cobre com o véu da impunidade.
Isso acontece principalmente, quando o maltrato se dá a nível psicológico. Através de atitudes sutis na sua discrição, porém, extremamente violentas e cruéis na intensidade. Podendo levar a anulação do "EU" daquele que sofre esse tipo de maltratro de forma demorada e repetitiva. Como também a enfermidades e até mesmo a morte através do suicidio, tamanho é o poder devastador de tal violência.
Pois é meus amigos, é triste e vergonhoso mas é fato. Esse tipo de violencia não deixa marcas pelo corpo e é a alma que sofre hemorragia. Por isso a maior ocorrência de impunidade nesses casos. Onde muitas vezes a vítima é responsabilizada pelo próprio sofrimento, acusada de fraca e depressiva. E aos olhos da sociedade e muitas vezes até dela própria(por se encontrar entregue e desconhecer sua própria condição),o agressor passa de algoz a protetor. Fechando um circuclo de sofrimento velado, do qual é muito dificil se livrar. Mesmo que se rompa o malfadado círculo, as feridas interiores são profundas. Exigindo daquele que convalesce uma força interior quase sobre humana e dos que o rodeiam muito amor, para que tais feridasse curem.
Então, observa com cuidado aquele que infringe castigos físicos aos animais de forma brutal e instintiva. Aquele que coloca calmamente num saco, uma cadela que morreu no parto juntamente com seus filhotes ainda vivos. Joga no rio e observa com tranqüilidade o saco que afunda... Observa seus olhos vermelhos e face desfigurada pela ira. De que seria capaz essa pessoa?
Você pode amar alguém assim; e deixar que seu amor amenize aos olhos da sua sensibilidade a frieza ali escondida. Ame e procure ver o melhor que ela possui, porém, não se desproteja. Pois a secura impiedosa reclusa no recôncavo mais profundo daquele ser. Se despertada pode aflorar e te ferir tão profundamente a alma, que se sentiras morrer em vida.
E não se iluda pensando que ouvirá as suas súplicas ou reconhecerá sinceramente a brutlidade dos atos que cometeu contra voce. Como já disse antes, são pessoas que estão sempre se justificando nos outros. Seus dilemas são sempre mais importantes, e como tal merecedores de toda compreensão. Já os do outro, são na maior parte conseqüência da fraqueza e da incapacidade deste em entender as palavras e atitudes daquele que é tão bem intencionado. Uma vez que a única intenção dessa pessoa é fazer o melhor possível.
Se te fere com atitudes ou palavras duras, a intenção é ser honesto. Se isso te magoa profundamente, é devido a tua falta de compreensão e inabilidade para lidar com os teus próprios sentimentos por conta da tua fraqueza.
Muitas vezes esse tipo de pessoa, não se julga conscientemente capaz de tal ato de crueldade. Normalmente julgam pertencer a uma elite de conceitos morais superiores. Não conseguem lidar nada bem com o menosprezo de qualquer espécie. Porque faz vir a tona o sentimento de inferioridade e complexos que possuem, o que para eles é fatal. Não toleram serem excluídos, são normalmente severos ao julgar moralmente outrem, porém, não apenas são complacentes com eles próprios como excluem facilmente aqueles que por ventura os desagrade. O que é natural, pois se não fosse assim, seria o mesmo que olhar o próprio reflexo no espelho. Ver através da pele uma imagem desfigurada com músculos e vasos a mostra.
Ame, mas não se desproteja. Para não correr o risco de um dia a “cadela” atirada ao rio em um saco junto com sua cria ainda viva. Vir a ser você, e os filhotes... Seus filhos. A diferença é que você estará viva, e a agonia pode ser indescritível.
Sendo assim nunca se esqueça! A mão que te açoita ou a mente que te atormenta. Pode merecer o seu perdão e até o seu amor fraternal. Mas, não merece a sua presença. É essa mão e mente em desequilíbrio que precisa se alimentar da sua dor e não você. A culpa não é sua! Afaste-se enquanto é tempo.
O assunto que trago à tona nessas linhas, é quase tabu. Pois temos dficuldade de lidar com a bestialidade que pode brotar dos nossos instintos mais sombrios. Isso nos assusta, negamos a hipótese até que a negativa se esgote. E eu que sempre vivo a procura de respostas, me pergunto porque. Eu não sei... Eu não sei... O ser humano é um bicho estranho e misterioso. Em meus modestos momentos reflexivos pensei que talvez nós os seres ditos "humanos". Acreditamos com muita devoção, que somos a imagem e semelhança do Criador. E acabamos nos julgando , na surdina,
semideuses.desviando nossa atenção da semelhança e fixando na "imagem".
Começo a crer que essas palavras foram escritas como incentivo, para que melhorassemos com o objetivo de chagarmos o mais perto que nos fosse possivel da perfeição que é Deus, o nosso Criador. E não como uma verdade absoluta. Pois se assim fosse, não seriam necessários os Dez Mandamentos. Tão óbvios, tão simples... E práticamente impossíveis de serem seguidos por nós.
Cinara
“Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada”.
Edmund Bruke