Máquina do Tempo II

O Professor Papanatas e o Dr. Bronson, aqueles das histórias em quadrinhos, haviam me prometido mais uma viagem através do tempo, e cumpriram com a palavra.

Desta feita, fui convidado por eles a ir ver a partida de futebol entre o S. C. Corinthians Paulista e a S. E. Palmeiras, o jogo final do campeonato paulista de 1942, num domingo, dia 04 de outubro de 1942, ás 15:00, no estádio do Pacaembu, na capital paulista.

Antes de partirmos ambos me fizeram algumas orientações: “lembre que a moeda da época é o réis”; “Se pedir um refrigerante peça sissi, guaraná, ou gasosa. Não tínhamos no Brasil, ainda, coca-cola”.

Bem, cheguei ao estádio 15 minutos antes do começo da partida e logo notei o clima de civismo no ar: Na porta do Pacaembu, observei a presença de 2 homens que recebiam objetos de metal, para contribuir com o esforço de guerra dos aliados. Muitos colaboravam com peças pequenas, sem uso ou quebradas, que seriam usadas nas fábricas de aviões ou de fuzis.

Dentro do estádio uma banda da Força Pública tocava marchas patrióticas. O povo todo bem vestido. Os homens, a maioria de terno e quase todos de chapéu; As mulheres também elegantes em suas roupas. Bermudas ou calças compridas não eram vestimentas femininas daquele tempo.

Mas vamos ao jogo propriamente dito. O Palmeiras fora obrigado a mudar seu nome original porque um decreto do Sr. Getúlio Vargas aboliu todos os Palestra Itália do esporte nacional, visto ter a Itália se aliado à Alemanha e ao Japão na Segunda Grande Guerra Mundial, que naquele ano de 1942 haviam colocado o mundo numa fase mais dolorosa e triste do século XX.

Mas o então Palmeiras seria campeão paulista com qualquer resultado. Perdeu por 3 x 1 para o Corinthians, e foi o primeiro título com o novo nome. O juiz da partida foi Pausanias Pinto da Rocha e o Corinthians jogou com rato, Dedão e Chico Preto; Jango, Brandão e Dino; Jerônimo, Milani, Servílio, Eduardinho e Hércules.

O Palmeiras formou com Oberdam, Junqueira e Beluomini; Zezé Procópio, Og Moreira e Del Nero; Cláudio, Valdemar Fiúme, Echevarrieta, Viladonica e Lima.

O Corinthians era treinado por José Castelli, que também era conhecido por Rato, que havia sido um grande meia esquerda do Corinthians da famosa linha Filó, Neco, Guimarães, Rato e Demaria.

O treinador do Palmeiras era Del Débio, que na década de 1930 formara no Corinthians o melhor trio final de sua história: Colombo, Grané e Del Débio.

Terminado o jogo, agradeci aos meus amigos o Professor Papanatas e o Dr. Bronson que me prometeram novas viagens através do tempo.

Laércio
Enviado por Laércio em 14/06/2009
Reeditado em 16/06/2009
Código do texto: T1648606