A barragem, o crápula e a ferrovia
Reginaldo Alves surpreende as novas gerações de itabaianenses com a biografia do comerciante e político Luiz Paulino, inserida no seu livro “No Remanso do Luar”. Grande administrador, Luiz Paulino teve um sonho grande na vida: ver a várzea do rio Paraíba inundada pelas águas da barragem de Acauã. Amigo de José Américo de Almeida, moveu céus e terra para ver fincada a pedra fundamental da obra redentora. O governo da Paraíba finalmente inaugurou a grande adutora. O deputado Wilson Braga foi um dos que defenderam o nome de Luiz Paulino para a barragem de Acauã, uma homenagem ao grande itabaianense que tanto lutou por ela. Acabou prevalecendo outro nome. Luiz Paulino, entretanto, será sempre lembrado por ter dedicado suas energias e luta política em prol daquela obra de tanta importância para esta região.
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Antonio Carlos Magalhães, o soba da Bahia, já falecido, andou titubeando e vieram a público algumas de suas safadezas no Congresso. Para se defender, insultou o também já desencarnado Senador Ramez Tebet, Presidente do Conselho de Ética que botou o baiano pra fora do Senado em nome do decoro parlamentar. ACM qualificou o colega de “rábula do pantanal”. Inversão de valores: meu pai foi um rábula, homem decente, inteligente e capaz. Sem ter curso superior, estudou Direito para ajudar os pobres injustiçados. O senador baiano foi médico sem jamais exercer a medicina, professor que nunca ministrou aulas e cujo maior mérito foi posar de cacique na política mais que viciada deste triste país.
Falando em Ramez Tebet, o senador foi agraciado com o título de Cidadão Itabaianense, por razões que ninguém soube e talvez jamais saberá. Tebet morreu sem ter visitado sua cidade honorífica. O homem morava no Mato Grosso do Sul.
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O escritor Marcos Odilon, em uma dissertação sobre ferrovias, deixa evidente que o trem no Brasil descarrilou às margens da História porque era operado pelo Estado. Passei 25 anos de minha vida servindo à Rede Ferroviária Federal, e teria muito a dizer sobre a importância do trem, e porque ele se tornou um dinossauro no Brasil. Só de passagem: o trem perdeu o bonde da História porque seu maquinista atende pelo nome de elite dominante, corrupta e sugadora das energias vitais da Nação. O Estado não tem nada a ver com isso