Sem meias e quase sem palavras
Com as barbas de molho e o tórax espremido encontrei-o, desestimulado pelo frio do inverno prematuro. Prematura também sua desesperança, visto que o Presidente disse que a crise é passageira e branda em nosso País... Será? Para alguns não há sinal de que ela tenha chego por estas bandas verde e amarelas mesmo ! De rosa desfilam alienados do temor que paira sobre humores blues... Ah! Dizem que o otimismo é característica dos alienados e que a mente tudo pode e ainda que sonhar é preciso. Proliferam-se receitas de sucesso e lembro de Peter , o grande empresário, quando confessou que velejava com olhar no horizonte, pois este estava sempre sereno mesmo quando em meio a tempestades. A verdade é que somos todos acometidos de tristezas quando o emprego é perdido, quando as contas começam a formar uma pilha sobre a mesa engolindo a dos sonhos... Que da crise algo novo há de surgir é sabido, espero que a gestação não seja longa demais e que mãe e feto sobrevivam!
Em solidariedade aos desempregados recentemente, e àqueles que sentem o fantasma nos corredores, hoje escrevo...
Haja fé e criatividade para dividir o pão, sorriso multiplicar e ainda ter coragem de apostar nas corretas decisões daqueles que há muito esqueceram que já foram do povo e lutaram pela justiça social de mangas arregaçadas e, de marmitas em marmitas nutriam-se modesta, mas honestamente ...
Empresto meu ombro, meus ouvidos e compartilho o que tenho, sempre que posso, acreditando ainda, que a roda continua girando e, de letra em letra, também possamos ir conscientizando a necessidade de abrirmo-nos em solidariedade e, engajarmo-nos politicamente e, ainda amenizar a tristeza dos pais e mães de família, que nesta hora desejam ardentemente, uma colocação, trabalho, segurança mínima e salários justos, não só em nosso País mas em todo globo.