O troco do político
Não é só devoção que se vê em festas religiosas. No dia de Corpus Christi um fenômeno social deu as caras: a política. Até porque o ano seguinte é de eleições. É então que os hereges da fé se tornam pastores a caminho do céu.
O problema é que pra chegar ao céu da maracutáia tem que passar pelo inferno da pobreza. O candidato a político tem que dar esmolas! Por que se não abrir o bolso em plena festa cristã no mínimo vai perder votos.
Para que o pior não aconteça, principalmente com emissoras de TV do lado, o astuto abre o bolso e solta à grana. Só aí ele percebe que não tem trocado. Com um senso social de divisão de lucros, o polido não da à nota de R$ 20 (vinte reais) a uma pessoa. Ele manda seu assessor trocar.
E pra evitar qualquer constrangimento, caso o vendedor de água não tenha mais troco, ele resolve trocar de imediato mais de R$ 300 (trezentos reais) em nota de cinco reais. E assim todos ficam felizes. O político faz sua boa ação, e um número maior de desesperados leva sua participação da riqueza do país, ou vocês acham que esse dinheiro é dele?