Dorival do Mar
Saudosismo é uma M e há quem diga que o ontem já era e o amanhã é uma mera possibilidade. É que o meu HD está cheio dessas M e quando escrevo é quase que uma forma de prever o passado.
M de memoria, bem entendido. Vamos lá:
O Mestre Dorival, pesquisador dos bons, tinha descoberto que “no Abaeté tem uma lagoa escura arrodeada de areia branca...”. Deve ter sido ilusão de ótica, pois a “noite tava que era um dia...”.
Poeta maior, ensinou o caminho ao Mestre Cartola, quando disse “Rosas mimosas são rosas de ti, rosas a me confundir, rosas a te confundir com as rosas, as rosas de Abril...”.
Recolheu a sua rede de pescador e “...veio à cidade só pra ver Dora passar...”. Sonhador acordado “...não precisa dormir prá sonhar, porque sonho mais lindo do que sua terra não há...”.
Sábio das belezas, pediu : “...Marina, você faça tudo mas faça um favor: não pinte esse rosto que eu gosto e que é só meu. Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu...”.
Amante de sua terra, perguntou ao Brasil: “...Você já foi à Bahia ? Não? Então vá. Quem vai ao Bonfim nunca mais quer voltar. Muita sorte teve, muita sorte tem, muita sorte terá...”
Saiu de lá e quase morreu: “...Ai, que saudade eu tenho da Bahia. Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia: Bem, não vá deixar a sua mãe aflita, a gente faz o que o coração dita mas esse mundo é feito de maldade e ilusão...".
Foi muitas vezes ao mar : “...Minha jangada vai sair pro mar, vou trabalhar, meu bem querer. Se Deus quiser quando eu voltar do mar um peixe bom eu vou trazer. Meus companheiros também vão voltar e a Deus do céu vamos agradecer...”
Um dia ele, pescador de palavras e sons com habilidade inconfundível, saiu com "...Chico Ferreira e Bento e a jangada voltou só”, mas cheia de "peixes" da melhor qualidade. Obrigado Caymmi!
Inspirado na crônica "Aldeia de pesca" do meu amigo Jorge Cortás Sader Filho
Saudosismo é uma M e há quem diga que o ontem já era e o amanhã é uma mera possibilidade. É que o meu HD está cheio dessas M e quando escrevo é quase que uma forma de prever o passado.
M de memoria, bem entendido. Vamos lá:
O Mestre Dorival, pesquisador dos bons, tinha descoberto que “no Abaeté tem uma lagoa escura arrodeada de areia branca...”. Deve ter sido ilusão de ótica, pois a “noite tava que era um dia...”.
Poeta maior, ensinou o caminho ao Mestre Cartola, quando disse “Rosas mimosas são rosas de ti, rosas a me confundir, rosas a te confundir com as rosas, as rosas de Abril...”.
Recolheu a sua rede de pescador e “...veio à cidade só pra ver Dora passar...”. Sonhador acordado “...não precisa dormir prá sonhar, porque sonho mais lindo do que sua terra não há...”.
Sábio das belezas, pediu : “...Marina, você faça tudo mas faça um favor: não pinte esse rosto que eu gosto e que é só meu. Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu...”.
Amante de sua terra, perguntou ao Brasil: “...Você já foi à Bahia ? Não? Então vá. Quem vai ao Bonfim nunca mais quer voltar. Muita sorte teve, muita sorte tem, muita sorte terá...”
Saiu de lá e quase morreu: “...Ai, que saudade eu tenho da Bahia. Ai, se eu escutasse o que mamãe dizia: Bem, não vá deixar a sua mãe aflita, a gente faz o que o coração dita mas esse mundo é feito de maldade e ilusão...".
Foi muitas vezes ao mar : “...Minha jangada vai sair pro mar, vou trabalhar, meu bem querer. Se Deus quiser quando eu voltar do mar um peixe bom eu vou trazer. Meus companheiros também vão voltar e a Deus do céu vamos agradecer...”
Um dia ele, pescador de palavras e sons com habilidade inconfundível, saiu com "...Chico Ferreira e Bento e a jangada voltou só”, mas cheia de "peixes" da melhor qualidade. Obrigado Caymmi!
Inspirado na crônica "Aldeia de pesca" do meu amigo Jorge Cortás Sader Filho