Grandes Cantores do Rádio: Carlos Galhardo

Vamos reviver um pouco deste grande cantor que emocionou várias gerações. Ele foi o maior interprete de valsas, mas tudo o que ele gravava era sucesso garantido: sambas, choros, marchas, etc.

Foi com Carlos Galhardo que a valsa “Saudades de Matão”, música de Jorge Galati e letra de Raul Torres, ficou imortalizada como uma das mais bonitas obras da musica brasileira.

Carlos Galhardo era conhecido como “o Cantor que dispensa adjetivos”. E tinha para concorrer com ele na época, nada menos que Francisco Alves, “O Rei da Voz”, Vicente Celestino, “A Voz Orgulho do Brasil”, Orlando Silva, “O Cantor das Multidões”, Sílvio Caldas “O Caboclinho Querido”, Augusto Calheiros, “A Patativa do Norte”, além de Gilberto Alves, Déo, Nuno Roland, Roberto Silva e Nélson Gonçalves em seu começo de carreira.

Grandes conhecedores da música brasileira, como Ari Barroso, Renato Murse, Jorge Curi, Dante Santoro, Paulo Roberto, Sebastião Tapajós, afirmavam que Carlos Galhardo era melhor do que João Petra de Barros, cantor querido das décadas de 1930 a 40, pois ambos tinham o mesmo timbre de voz.

Todos os conhecedores de música acreditam que Galhardo realmente atingiu o auge da carreira com a valsa “O destino Desfolhou”, de Gastão Lamonier e Mário Rossi.

Para aqueles que não tiveram a felicidade de ouvi-la, aqui está sua letra:

O Nosso Amor Traduzia

Felicidade... Afeição

Suprema Glória, que um dia,

Tive ao alcance da mão

Mas veio um dia o ciúme,

E o nosso amor se acabou

Deixando em tudo o perfume

Da Saudade que ficou

Eu te vi a chorar

Vi teu pranto em silêncio correr

E parti, a cantar, Sem pensar

Que doía esquecer...

Mas depois,

Veio a dor,

Sofro tanto e esta valsa não diz

Meu amor, de nós dois

Eu não sei qual é o mais infeliz

Desfeito o ninho a Saudade

Humilde que ela ficou

Mostrando a felicidade

Que o destino desfolhou

Depois vieram “Cortina de Veludo”, de Osvaldo Santiago e Paulo Barbosa; “Linda Borboleta”, de João de Barro e Alberto Ribeiro; “Saudade de Matão”, de Jorge Galati e Raul Torres; “Rapaziada do Brás”, de Alberto Mário e Custódio Mesquita; “Quem Foi”, de Jota Cascata e Leonel Azevedo; “Último Beijo”, de Paulo Barbosa e Francisco Célio; “Eu sonhei que tu estavas tão linda”, de Lamartine Babo e Francisco Mattoso; “Madame Pompadour, de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago; “Perfume de Mulher Bonita”, de Georges Moran e Osvaldo Santiago; “Bodas de Prata”, de Mário Rossi e Roberto Martins; “Última Inspiração”, de Peter Pam, e mais uma infinidade de musicas que emocionavam os avós, os pais e muitos de nós que estamos aqui, sempre lembrando daquela que foi a melhor época da música brasileira.

Estou escrevendo sobre Carlos Galhardo, mas vou lembrar a todos que pretendo trazer estas crônicas sobre muitos cantores e compositores que as emissoras de rádio têm feito o possível para deixar no esquecimento.

Laércio
Enviado por Laércio em 11/06/2009
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