NÃO EXISTE POVO EDUCADO. EXISTE POVO EDUCADO E DISCIPLINADO
Fiz uma viagem ao exterior e como bom observador pude tirar algumas conclusões.
Fomos em três para a Alemanha, Áustria e República Tcheca. Um era meu amigo de jornadas, solteiro convicto. O outro eu conheci já indo para o aeroporto e era quem falava o inglês e eu, bom, vamos dizer que eu estava numa fase de alinhamento dos astros.
Na Alemanha, assim que chegamos fui observando como tinha câmera por todo lado. A viagem foi logo após o ‘onze de setembro, em 2001. Então ainda não havia nenhum esquema montado contra qualquer atentado. Ainda não tinha dado tempo.
Aconteceram algumas vivências interessantes.
Em Frankfurt, local da nossa chegada, ficamos num hotel perto da estação central dos trens balas. Era só atravessar a rua e ir para onde quisesse.
Frankfurt é uma cidade mediana, um pouco menor que Curitiba, ou do mesmo tamanho, assim me pareceu, mas onde, claro, se respirava riqueza.
Lembro de, ao passar por um calçadão, paramos em frente do prédio da Mercedes Bens olhando a vitrine de uma joalheria.
Era perto das 21h00min e o que me chamou a atenção foi um relógio de pulso, masculino, de uma marca para mim desconhecida e acredito que também cá por estas bandas, pois na época só se falava em rolex, e que tinha uma etiquetinha com o preço que era, simplesmente, cento e vinte e oito mil euros, ou em torno de trezentos mil reais, mas na época o euro estava em torno de quatro por um.
Olhei para o prédio da Mercedes e foi difícil imaginar que aquele relóginho, que eu não achei graça nenhuma, custava mais do que muitos dos modelos fabricados pela montadora alemã.
Nós três ficamos ali conjecturando e tirando conclusões do momento que estávamos vivenciando. Primeiro, para mim, marcou bastante, o fato de aquele relógio estar ali, simplesmente na vitrine, como se fosse um brinquedinho qualquer e com a loja já fechada.
Outra foi que, como aquele relóginho estava ali na vitrine exposto, isto queria dizer que não eram nem um nem dois os por ali passantes, que poderiam comprar aquele pequeno 'luxinho'.
Deu para termos a idéia da segurança do país pelo simples fato de aquela jóia estar ali exposta, inclusive com o preço, como se estivesse numa promoção, mas é claro que aquele vidro era cheio de discretos filamentos, como observamos, e não deveria ser de qualquer material.
De Frankfurt fomos para Berlim, onde pudemos ver o que o comunismo fez com a metade de uma cidade e de um país, através do cerceamento da liberdade de um povo. Era, na época, visível a diferença cultural, econômico e social dos ambientes entre ambas as partes da cidade.
Dirigindo-nos para o trem bala que nos levaria à Praga, na República Tcheca, presenciamos um pequeno acidente de trânsito, onde um veículo bateu na traseira de outro, num sinaleiro. Coisa leve.
O nosso ‘guia lingüístico’ para minha preocupação, pois já estávamos em cima da hora para pegar o trem, quis fazer uma aposta que não levaria cinco minutos para a policia chegar. Ficamos vendo do outro lado da rua os dois motoristas conversando e para nossa surpresa não levou mesmo os cinco minutos para a policia já estar ali para intermediar as partes e liberar o trânsito.
Incrível, mas para mim foi mais uma prova de que toda a cidade é monitorada, nos seus mínimos detalhes, para a segurança e o bem comum.
Por onde eu passava, via câmeras.
Mais dois fatos me marcaram perfeitamente a forma diferenciada do trabalho da policia e da presença do estado protegendo a sociedade e a vida das pessoas.
Estando na Oktoberfest de Munique vimos que entre um salão e outro um senhor havia se acidentado e estava deitado recebendo atendimento.
Em volta dele e dos para-médicos foi feito um círculo de policiais, uns quatro ou cinco, mas virados para os passantes, como quem dissesse ‘isto aqui é assunto particular, nada de ninguém se aproximar’. E ninguém se aproximava mesmo.
E outro foi dentro dos salões, onde todos estavam se divertindo, que observei, também, um fato interessante.
O horário da festa, pelo menos durante a semana, que foi o período que lá passamos, era até a meia noite e quando chegavam onze e trinta já não se vendia mais chopes e na passagem para os barris, que ficavam dentro de uma pequena parte reservada, na lateral do salão, por uma muretinha de mais ou menos um metro de altura onde no centro ficava a passagem dos garçons e garçonetes.
Quando deu este horário de 11h30min, um guarda, até meio gordinho, que me deu vontade de fotografar, mas eu não quis arriscar, ficou sentado, com um cotovelo de cada braço apoiado no muralzinho onde tinha fechado com uma corrente e ali ficou.
Nada de saideira.
Começou, também, discretamente, duplaS de policiais a andar pelas laterais do salão, que até então não se via. Quando chegou perto dos dez para a meia noite já quase não havia mais ninguém dentro do salão e nós fomos embora.
Outro fato: Meus amigos quiseram aplicar a tal da malandragem brasileira, pois como não havia cobradores nos trens, quiseram entrar sem comprar os tickts. Eu, que na realidade, fui muito mais conhecedor da malandragem, para poder me defender durante a vida, não quis em hipótese nenhuma entrar neste barco e embora não soubesse o inglês, fui até a maquininha ver se conseguia o meu ticket, e eles, mesmo me criticando, foram comprar também o deles.
Já estávamos dentro do metrô, quando o nosso ‘tradutor’ leu numa placa, meio discreta, que caso alguém fosse pego sem o ticket teria que acompanhar o comissário até o posto policial, onde seria lavrado o flagrante e cobrado uma multa, que eu não me lembro agora, mas que era suficiente para desestimular qualquer um.
O controle era por amostragem. O comissário entrava em determinado vagão e, aleatoriamente, pedia para um ou para outro o comprovante. Ai de quem não tivesse.
Povo educado é? Eu sou mais é da opinião que é povo controlado pela presença marcante do estado, ao longo do tempo, e por isto respeitador das leis
Expondo esta minha opinião de ‘povo educado’, na sauna do clube que eu freqüentava, um amigo nosso, professor universitário e um dos maiores conhecedores de gado leiteiro do mundo e que hoje está em Brasília, levado pelo ministro da agricultura, contou a seguinte história como ratificação da minha opinião:
Estava ele com a esposa no interior do Canadá, passeando, quando no meio do nada havia um sinaleiro no vermelho. Olhou para um lado, só plantação, olhou para a outra só plantação, olhou para frente, ninguém a vista, olhou pelo retrovisor também a mesma coisa.
Ora, arrancou o carro e foi em frente, quando, não dando nem dez minutos, um carro da policia deu ordem para ele parar.
Resultado: Teve que acompanhar o veículo policial até a delegacia mais próxima onde foi aberta uma notificação e teve que pagar uma multa, segundo ele de uns trezentos dólares e nem pensar em ser reincidente, pois ai o bicho iria pegar.
Ele também é da opinião de que não existe só povo educado, existe também, e muito, a presença forte do estado, disciplinando, para que sejam mantidas as normas do bom convivio social.
Como houve interpretações erradas sobre esta crônica, faço a seguinte complementação:
É fundamental a educação, mas o interesse da coletividade tem, sempre, que estar acima das maracutais individuais e para isto é imprescindível que o estado cumpra fielmente o seu dever regulador das leis, nas áreas comuns (bem entendido), como lá.
Afinal, como estudamos, 'O direito de um termina onde começa o do outro' . E nas áres públicas alguém tem que tomar o controle sobre isto e, ao invés das 'milicias', que seja o estado a nos proteger, pois para isto pagamos.
Mas só educação não gera moral e ética.
Está ai, para comprovar, a nossa 'elite' politica, judiciária e executiva. A maior parte com cursos superiores e doutorados.
E cabe frisar que grande parte dos nossos empresários e empreendores não tiveram curso superior, pois as nossas universidades não formam empreendores.
Estes, raramente, se formam só com o que aprendem na escola.
Eu frequentei universidade, mas nunca fui até o fim dos cursos e também nunca fui de reclamar de alguma coisa, mas antigamente se dizia 'zoando' com alguém que reclamava:
'Quem manda não ter estudado'.
Hoje, em rodas, quando algum amigo reclama da vida, eu retruco, também brincando para levantar o astral:
'Quem manda ter estudado'
‘Conservai puro o foco dos vossos pensamentos, com isso estabelecereis a paz e sereis felizes’ Abdruschin em ‘Na Luz da Verdade’ – www.graal.org.br
Fiz uma viagem ao exterior e como bom observador pude tirar algumas conclusões.
Fomos em três para a Alemanha, Áustria e República Tcheca. Um era meu amigo de jornadas, solteiro convicto. O outro eu conheci já indo para o aeroporto e era quem falava o inglês e eu, bom, vamos dizer que eu estava numa fase de alinhamento dos astros.
Na Alemanha, assim que chegamos fui observando como tinha câmera por todo lado. A viagem foi logo após o ‘onze de setembro, em 2001. Então ainda não havia nenhum esquema montado contra qualquer atentado. Ainda não tinha dado tempo.
Aconteceram algumas vivências interessantes.
Em Frankfurt, local da nossa chegada, ficamos num hotel perto da estação central dos trens balas. Era só atravessar a rua e ir para onde quisesse.
Frankfurt é uma cidade mediana, um pouco menor que Curitiba, ou do mesmo tamanho, assim me pareceu, mas onde, claro, se respirava riqueza.
Lembro de, ao passar por um calçadão, paramos em frente do prédio da Mercedes Bens olhando a vitrine de uma joalheria.
Era perto das 21h00min e o que me chamou a atenção foi um relógio de pulso, masculino, de uma marca para mim desconhecida e acredito que também cá por estas bandas, pois na época só se falava em rolex, e que tinha uma etiquetinha com o preço que era, simplesmente, cento e vinte e oito mil euros, ou em torno de trezentos mil reais, mas na época o euro estava em torno de quatro por um.
Olhei para o prédio da Mercedes e foi difícil imaginar que aquele relóginho, que eu não achei graça nenhuma, custava mais do que muitos dos modelos fabricados pela montadora alemã.
Nós três ficamos ali conjecturando e tirando conclusões do momento que estávamos vivenciando. Primeiro, para mim, marcou bastante, o fato de aquele relógio estar ali, simplesmente na vitrine, como se fosse um brinquedinho qualquer e com a loja já fechada.
Outra foi que, como aquele relóginho estava ali na vitrine exposto, isto queria dizer que não eram nem um nem dois os por ali passantes, que poderiam comprar aquele pequeno 'luxinho'.
Deu para termos a idéia da segurança do país pelo simples fato de aquela jóia estar ali exposta, inclusive com o preço, como se estivesse numa promoção, mas é claro que aquele vidro era cheio de discretos filamentos, como observamos, e não deveria ser de qualquer material.
De Frankfurt fomos para Berlim, onde pudemos ver o que o comunismo fez com a metade de uma cidade e de um país, através do cerceamento da liberdade de um povo. Era, na época, visível a diferença cultural, econômico e social dos ambientes entre ambas as partes da cidade.
Dirigindo-nos para o trem bala que nos levaria à Praga, na República Tcheca, presenciamos um pequeno acidente de trânsito, onde um veículo bateu na traseira de outro, num sinaleiro. Coisa leve.
O nosso ‘guia lingüístico’ para minha preocupação, pois já estávamos em cima da hora para pegar o trem, quis fazer uma aposta que não levaria cinco minutos para a policia chegar. Ficamos vendo do outro lado da rua os dois motoristas conversando e para nossa surpresa não levou mesmo os cinco minutos para a policia já estar ali para intermediar as partes e liberar o trânsito.
Incrível, mas para mim foi mais uma prova de que toda a cidade é monitorada, nos seus mínimos detalhes, para a segurança e o bem comum.
Por onde eu passava, via câmeras.
Mais dois fatos me marcaram perfeitamente a forma diferenciada do trabalho da policia e da presença do estado protegendo a sociedade e a vida das pessoas.
Estando na Oktoberfest de Munique vimos que entre um salão e outro um senhor havia se acidentado e estava deitado recebendo atendimento.
Em volta dele e dos para-médicos foi feito um círculo de policiais, uns quatro ou cinco, mas virados para os passantes, como quem dissesse ‘isto aqui é assunto particular, nada de ninguém se aproximar’. E ninguém se aproximava mesmo.
E outro foi dentro dos salões, onde todos estavam se divertindo, que observei, também, um fato interessante.
O horário da festa, pelo menos durante a semana, que foi o período que lá passamos, era até a meia noite e quando chegavam onze e trinta já não se vendia mais chopes e na passagem para os barris, que ficavam dentro de uma pequena parte reservada, na lateral do salão, por uma muretinha de mais ou menos um metro de altura onde no centro ficava a passagem dos garçons e garçonetes.
Quando deu este horário de 11h30min, um guarda, até meio gordinho, que me deu vontade de fotografar, mas eu não quis arriscar, ficou sentado, com um cotovelo de cada braço apoiado no muralzinho onde tinha fechado com uma corrente e ali ficou.
Nada de saideira.
Começou, também, discretamente, duplaS de policiais a andar pelas laterais do salão, que até então não se via. Quando chegou perto dos dez para a meia noite já quase não havia mais ninguém dentro do salão e nós fomos embora.
Outro fato: Meus amigos quiseram aplicar a tal da malandragem brasileira, pois como não havia cobradores nos trens, quiseram entrar sem comprar os tickts. Eu, que na realidade, fui muito mais conhecedor da malandragem, para poder me defender durante a vida, não quis em hipótese nenhuma entrar neste barco e embora não soubesse o inglês, fui até a maquininha ver se conseguia o meu ticket, e eles, mesmo me criticando, foram comprar também o deles.
Já estávamos dentro do metrô, quando o nosso ‘tradutor’ leu numa placa, meio discreta, que caso alguém fosse pego sem o ticket teria que acompanhar o comissário até o posto policial, onde seria lavrado o flagrante e cobrado uma multa, que eu não me lembro agora, mas que era suficiente para desestimular qualquer um.
O controle era por amostragem. O comissário entrava em determinado vagão e, aleatoriamente, pedia para um ou para outro o comprovante. Ai de quem não tivesse.
Povo educado é? Eu sou mais é da opinião que é povo controlado pela presença marcante do estado, ao longo do tempo, e por isto respeitador das leis
Expondo esta minha opinião de ‘povo educado’, na sauna do clube que eu freqüentava, um amigo nosso, professor universitário e um dos maiores conhecedores de gado leiteiro do mundo e que hoje está em Brasília, levado pelo ministro da agricultura, contou a seguinte história como ratificação da minha opinião:
Estava ele com a esposa no interior do Canadá, passeando, quando no meio do nada havia um sinaleiro no vermelho. Olhou para um lado, só plantação, olhou para a outra só plantação, olhou para frente, ninguém a vista, olhou pelo retrovisor também a mesma coisa.
Ora, arrancou o carro e foi em frente, quando, não dando nem dez minutos, um carro da policia deu ordem para ele parar.
Resultado: Teve que acompanhar o veículo policial até a delegacia mais próxima onde foi aberta uma notificação e teve que pagar uma multa, segundo ele de uns trezentos dólares e nem pensar em ser reincidente, pois ai o bicho iria pegar.
Ele também é da opinião de que não existe só povo educado, existe também, e muito, a presença forte do estado, disciplinando, para que sejam mantidas as normas do bom convivio social.
Como houve interpretações erradas sobre esta crônica, faço a seguinte complementação:
É fundamental a educação, mas o interesse da coletividade tem, sempre, que estar acima das maracutais individuais e para isto é imprescindível que o estado cumpra fielmente o seu dever regulador das leis, nas áreas comuns (bem entendido), como lá.
Afinal, como estudamos, 'O direito de um termina onde começa o do outro' . E nas áres públicas alguém tem que tomar o controle sobre isto e, ao invés das 'milicias', que seja o estado a nos proteger, pois para isto pagamos.
Mas só educação não gera moral e ética.
Está ai, para comprovar, a nossa 'elite' politica, judiciária e executiva. A maior parte com cursos superiores e doutorados.
E cabe frisar que grande parte dos nossos empresários e empreendores não tiveram curso superior, pois as nossas universidades não formam empreendores.
Estes, raramente, se formam só com o que aprendem na escola.
Eu frequentei universidade, mas nunca fui até o fim dos cursos e também nunca fui de reclamar de alguma coisa, mas antigamente se dizia 'zoando' com alguém que reclamava:
'Quem manda não ter estudado'.
Hoje, em rodas, quando algum amigo reclama da vida, eu retruco, também brincando para levantar o astral:
'Quem manda ter estudado'
‘Conservai puro o foco dos vossos pensamentos, com isso estabelecereis a paz e sereis felizes’ Abdruschin em ‘Na Luz da Verdade’ – www.graal.org.br