Individualidade vazia - Cuidado!

Falar sobre individualidade é entrar em um campo de assunto inesgotável, razão pela qual achei por bem voltar a conjeturar sobre a matéria.

Quando se julga a personalidade de alguém, pode-se cair em erros grosseiros, porque embora ela seja visível e estar sujeita a ser analisada facilmente, tudo vai depender do ponto de vista de quem a está observando. O perigo está nos paradigmas que envolvem toda uma cultura milenar, de fundo puramente materialista, onde a análise é feita apenas pelas aparências que, muitas vezes, são mascaradas facilmente, podendo trazer à vista algo irreal - ora, como a personalidade é o resultado da qualidade da individualidade, que é introspectiva, escondida, inerente ao espírito, para acertarmos nosso julgamento teríamos que conhecer como funciona a espiritualidade das coisas, aí sim poderíamos perceber até onde as aparências estão sendo legítimas.

Vamos trabalhar com um exemplo de grande repercussão no meio social – a prática de esportes radicais, que exigem grande coragem e desprendimento com relação à vida e à morte, pois são modalidades esportivas que não admitem falhas, cujos resultados podem ser fatais. É fácil de se entender que, pra todo mundo, esses malucos são detentores de uma personalidade forte, bem respaldada por uma individualidade elevada e firme, a ponto até de acender sentimentos de idolatria nos observadores, que ficam boquiabertos com seus feitos arriscados, muitas vezes de perigos extremos, com riscos iminentes de morte, a todo momento. E ainda existem aqueles que escolhem viver dessa forma, com o objetivo de praticarem tudo isso como forma de ganho financeiro, profissionalizando-se, com isso passando a jogarem com a morte através de treinamentos estafantes e de competições cada vez mais concorridas, o que aumenta de muito a periculosidade.

Francamente, o que será que leva um sujeito a se expor dessa forma tão vulgar, jogando a própria vida numa “roleta russa” constante? Por que a vida está sendo tão desvalorizada, a ponto de se idolatrar pessoas totalmente irresponsáveis como essas? Qual será a razão de alguém prestar-se voluntariamente a esses espetáculos, para ser admirado por espectadores tão bárbaros quanto à milenar elite romana, que se divertia com o sofrimento dos cristãos, em luta corporal com leões ferozes, ou então quanto àqueles que não perdem os espetáculos deprimentes de uma tourada ou de uma rinha de galos?

A insensatez gritante que estamos observando faz-me rir “às pampas”, pois tudo isso é tão irreal, que me cheira uma palhaçada de muito mau gosto; dá-me a impressão de que estou cercado por selvagens ou alienígenas, porque está tudo invertido, tudo de “pernas-pro-ar” – ficou muito fácil de se saber o porquê do mundo se encontrar nessa “anarquia” do salve-se quem puder!

É incrível como um bando de broncos infelizes possam se dar ao trabalho de fabricarem “coisas”, com o nome de “dragsters”, com gastos exorbitantes e com altos riscos, apenas para disputarem campeonatos de “arrancadas”, cujos resultados não têm utilidade para coisa nenhuma, servindo apenas como “brinquedinhos” de alta periculosidade de quem não tem o que fazer e que não sabe porque está vivo neste planeta. _Minha gente, temos aqui provas concretas de que estamos diante de individualidades totalmente vazias e inúteis, que só irradiam banalidades, portanto os valores se tornam deturpados, chegando-se ao ponto de se esquecer que a vida é um valiosíssimo tesouro, o maior deles, que nos foi outorgado pelo Criador, a fim de termos a oportunidade de crescermos em espírito e matéria, mediante a construção de um mundo mais equilibrado, mais feliz e mais civilizado, portanto é um erro gravíssimo fazer-se da vida um joguete.

_Cuidado! Pode vir a ser um caminho sem volta.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 11/06/2009
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