Fábula chinesa

Há muitos anos nos confins da China, num mosteiro longínquo, um senhor feudal confessava-se com o monge mais idoso e sábio do lugar. -Mestre, vivo atormentado ultimamente. Pessoas com quem eu convivo há mais de vinte anos revelaram-se falsos amigos pois me ocultaram atividades vis que praticavam sem o meu conhecimento e aprovação. Companheiros fiéis de memoráveis batalhas me envergonham ao reconhecer os erros praticados. Locupletaram-se com práticas desonestas de tráfico de influências e desvio de bens do tesouro imperial. Associaram-se com mercadores inescrupulosos e fundaram quadrilhas organizadas para assaltarem o erário público. Sinto-me traído e abandonado. Logo eu, um homem honrado. Que devo fazer?

O mestre, que escutava boquiaberto a confissão , assim falou: Meu senhor, precisas voltar a tomar as rédeas do poder. Atitude firme frente as crises, determinação no seu objetivo , rapidez no julgamento e punição dos culpados é imprescindível para aplacar a ira da plebe. Transparência e caldo de galinha caipira não fazem mal à ninguém! E lhe deu três biscoitos da sorte. -Agora vá, senhor, e medite sobre estes ensinamentos que lhe passei.

No caminho de volta ao palácio o senhor feudal comendo os biscoitos, abriu e leu as singelas mensagens escritas em papel de arroz. A primeira dizia : “Em terra de corruptos o rei é cego”; a segunda profetizava: “Antes só que mal acompanhado” ; e a terceira continha um segredo tão profundo e escandaloso que foi engolido juntamente com o biscoito antes que caísse nas mãos do ministério público e da polícia imperial.

MORAL DA HISTÓRIA:" Às vezes, a verdade esconde-se no estômago do dirigente".

Edmar Claudio
Enviado por Edmar Claudio em 27/05/2006
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