As trapalhadas de Sissy
 
Sissy, que é boa amiga, boa filha e boa mãe, "trupica" com as palavras. Como toda mãe, conta as "perfumáceas" e aventuras de seu filho que, antes de nascer, quase entrou em "sofrimento fecal". O sobrevivente tem oito anos, é muito esperto, mas ainda não sabe "maquiaverar".
A própria Sissy é também muito esperta, tem "olho biotônico" para descobrir namorados interessantes. Outro dia, no setor de produtos macrobióticos do supermercado, avistou um moço natureba, com cara de bom partido e ajudou-lhe a escolher o melhor arroz integral da prateleira. O moço, mostrando interesse num potencial namoro, comentou-lhe que era muito bom ver que ela primava pelos cuidados com a saúde. Sissy, que não queria ficar para trás no uso de palavrório difícil, respondeu-lhe que, com tanta cirurgia e silicone por aí, preferia ser adepta de uma alimentação natural e exercícios físicos ao invés de ter que entrar para o "biscuit".
Ainda no terreno da alimentação, convém falar de sua preferência pelo doce “Rei Salomão”, que na verdade é uma sobremesa feita com gelatina, creme de leite, ovos moles, creme de ameixa, conhecida como “Rei Alberto”. Enfim, tudo é realeza. Gosta também de "fígado em calda" e quando as polentas ficam com aquela "torrefação" em cima.
Quando na roda o assunto é atividades culturais, "aí são outros oitocentos...". Até hoje ela lembra do trabalho brilhante em “Cidade de Deus”, dos meninos "Mostardinha e Cerejinha". Recentemente assistiu com seu filho ao filme em animação, que tem nome de país africano: "Mavalgastar". Ainda no âmbito da cultura geral, a definição de húmus para Sissy é: "um enxerto, uma terra preparada adubadamente pela minhoca". Conceito que está bem "esmigalhado" nas circulares de tributação sobre produtos rurais.
Como dito inicialmente, Sissy é boa amiga para as amigas, sempre encontra uma forma de elogiá-las. Assim foi que, ao falar que uma delas decorou o apartamento, falou que na sala havia um "palanque" bonito de cor diferenciada das paredes. Como conhecemos o apartamento em questão, tivemos que interrogar melhor para descobrir o que era o tal objeto desconhecido. Aí veio a explicação completa:
- “Palanque, um pau no meio da sala, aquela coisa que sai do teto”.
 - Ah, as colunas!?...
Seu sonho maior é casar-se com um homem muito rico, desses que dizem “mulher minha não trabalha”, para viver com os "cabelos malhados" e, só então, como dondoca, poder falar muita besteira.

meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 11/06/2009
Reeditado em 20/02/2010
Código do texto: T1643184
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